sexta-feira, 19 de julho de 2019

Pesquisa: 64,9% discordam de indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada

Eduardo Bolsonaro diz ter apoio de Ernesto Araújo para embaixada nos EUA

Um levantamento da Paraná Pesquisas aponta que 64,9% dos entrevistados discordam da indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos. Apenas 28,7% concordam com a intenção do presidente Jair Bolsonaro em indicar o filho. Os 6,5% restantes não souberam ou não opinaram.
Entre os entrevistados que discordam da nomeação a maioria é formada por mulheres, somando 66,2% dos participantes do levantamento. Os homens são os que mais concordam com a indicação: 31,8% do total.
Em relação à idade, os entrevistados com 60 anos ou mais são os mais insatisfeitos com a eventual indicação do filho do presidente ao cargo de embaixador. Já os que mais apoiam a iniciativa de Jair Bolsonaro estão entre 25 e 34 anos.
O levantamento ocorreu entre os dias 13 e 17 de julho e contou com a participação de cerca de 2,1 mil pessoas de 16 anos ou mais que residem em 26 estados e no Distrito Federal. A pesquisa tem margem estimada de erro de aproximadamente 2,0% para os resultados gerais.
Eventual indicação
Na última quinta (11), o presidente Jair Bolsonaro se manifestou pela primeira vez sobre a eventual indicação do filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de São Paulo, à Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. A indicação logo gerou polêmica e críticas sobre um possível caso de nepotismo.
Eduardo falou horas depois sobre o assunto e afirmou que nepotismo foi descartado pela assessoria jurídica dele. “A súmula vinculante do Supremo, que trata do nepotismo, permite a indicação política do presidente”, afirmou Eduardo.
A súmula citada pelo parlamentar é a Súmula Vinculante 13 que diz que “a nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.”
Nesta quarta (17), Jair Bolsonaro voltou a defender a indicação do filho ao posto em Washington. Caso realmente ocorra, o nome de Eduardo deve ser enviado à Comissão de Relações Exteriores do Senado pelo presidente da Casa, Davi Alcolumbre.
No colegiado, o nome do indicado é sabatinado por 19 senadores, após o parecer do relator da comissão. Depois ocorre a votação secreta de maioria simples. Independentemente da rejeição ou aprovação pelo colegiado, a indicação também precisa passar pelo Plenário do Senado.