O nióbio é uma das grandes obsessões do presidente Jair Bolsonaro. Durante sua última live, em Osaka, o presidente até mostrou joias e talheres feitos do material. Mas afinal, o que é o tal do nióbio?
“O nióbio é um metal de transição, que tem propriedades interessantes. Na área industrial, ele é usado em ligas refratárias que aguentam temperaturas muito altas. Além disso, misturado ao aço garante mais força e resistência, explica o professor Leandro Tessler, do Instituto de Física da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
O nióbio é usado como elemento de liga em aços e em aplicações como turbina de avião, implantes ortopédicos, marca-passos, aparelhos de ressonância magnética, baterias de carros elétricos e até viadutos. E o Brasil tem uma das maiores reservas do mundo.
O que é o nióbio?
Apesar de descoberto em 1801, apenas em 1949 foi reconhecido como elemento químico.
Os estados de Minas Gerais (cidades de Araxá e Tapira), Amazonas (São Gabriel da Cachoeira e Presidente Figueiredo) e Goiás (Catalão e Ouvidor)concentram as maiores reservas no país. Porém, a exploração ocorre em Araxá e Goiás.
Só em Araxá há ao menos 842 milhões de toneladas disponíveis do nióbio.
Como é utilizado de aditivo na produção do aço, o material possui alguma concorrência, como o molibdênio e vanádio, ambos com propriedades semelhantes.
Valor do nióbio
O preço do nióbio está entre US$ 40 e US$ 50 o quilograma. Para comparar, 1 quilo de ouro custa, em média, US$ 41,8 mil. Ou seja, mil vezes mais.
“Aumentar o preço do nióbio no Brasil pode provocar a entrada de outros países no mercado. Hoje, no Brasil, 90% do nióbio é para a produção de aço de alta qualidade. Para novas aplicações, o desejável é investir em pesquisa”, avalia o professor da Unicamp.