quarta-feira, 17 de julho de 2019

Bolsonaro diz que embaixadores brasileiros nos EUA 'não fizeram nada de 2003 para cá'

O presidente Jair Bolsonaro ao lado de Paulo Guedes, ministro da Economia (EVARISTO SA/AFP/Getty Images)

"Eu, quando fui a Israel, há dois anos, o embaixador lá estava na Palestina. Não estava para servir as relações comerciais entre os nossos países."
Na última quinta-feira (11), Bolsonaro anunciou a decisão de indicar o filho Eduardo para ser embaixador do Brasil em Washington, o que gerou dúvidas sobre as qualificações do deputado federal para o cargo e acusações de nepotismo.
Questionado sobre o que estaria faltando para que a indicação fosse formalizada, Bolsonaro disse que não se trata de uma decisão apenas do presidente. Segundo ele, o andamento agora depende do Senado.
"Por mim, eu decidiria agora, mas eu não posso tomar decisões de forma tão abrupta. Eu já conversei com o [presidente do Senado,] Davi Alcolumbre, com outros, alguns [que] estão dando parecer contrário, mas é porque não conhecem a vida do meu filho."
O presidente disse que "achava" que já havia sido feito um comunicado para os EUA. Mas que "basta um telefonema simples meu para o [presidente dos EUA, Donald] Trump, nem preciso falar isso para ele, eu tenho certeza de que ele dará o sinal positivo".
Bolsonaro também voltou a defender o filho para o cargo com o argumento de que a proximidade de Eduardo com a família do presidente norte-americano é algo importante.
"É o que eu digo: imagine se o filho do [presidente da Argentina, Mauricio] Macri fosse embaixador no Brasil, ligando para mim, querendo falar comigo. Quando ele seria atendido? Amanhã? Semana que vem? Ou imediatamente? Claro que imediatamente. Essa é a intenção."
Quando um jornalista perguntou se Eduardo receberia algum petista na embaixada em Washington, Bolsonaro respondeu: "Petista? Com bandeirinha do PT no peito? Não, ninguém, embaixada não é lugar de fazer política".
Por fim, o presidente explicou o comentário do deputado federal sobre ter qualificações para o cargo por ter fritado hambúrguer no estado americano do Maine.
"Ele fritou hambúrguer sabe por quê? Porque não tinha dinheiro para se bancar lá. Qual era a intenção dele de ficar seis meses nos EUA? Aperfeiçoar o inglês dele. E eu disse: 'Fica, mas se você bancar a tua despesa'. Por isso ele fritou hambúrguer, entregou pizza, e hoje ele tá com um inglês muito bom."