
O juiz da 23ª Vara Federal de Curitiba, Paulo Sergio Ribeiro, acatou hoje denúncia do Ministério Público Federal contra o ex-governador Beto Richa; seu irmão, o ex-secretário de Estado da Infraestrutura, José Pepe Richa e outras cinco pessoas, no âmbito da operação Piloto, que investiga suspeitas de pagamento de propina em troca do favorecimento de empreiteiras em uma licitação para a duplicação da PR-323 (região Norte). Na denúncia, o MPF acusa Richa de terem recebido R$ 7,5 milhões da Odebrecht para fraudar a licitação em favor do Consórcio Rota das Fronteiras, composto, entre outras, pela empresa Tucumann em 2014. O tucano e os demais envolvidos são acusados de crimes de fraude a licitação, corrupção e lavagem de dinheiro.
A investigação que dá base à nova denúncia contra o ex-governador identificou um contato entre executivos ligados às empresas do consórcio e os agentes públicos antes da publicação das diretrizes para a licitação ganha posteriormente pelo grupo. A Lava Jato afirma que “os agentes públicos atuaram para o afastamento de outros potenciais concorrentes e descumpriram formalidades legais”.
A acusação tem como base a gravação de uma conversa em que o ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, pede ao executivo de outra empresa para que não entrasse na disputa pela obra, porque o governo já teria um “compromisso” com o consórcio liderado pela Odebrecht. “Para garantir que o Consórcio Rota das Fronteiras vencesse a licitação para a exploração e duplicação da PR-323, executivos da Odebrecht ofereceram pelo menos R$ 4 milhões a Denilson Roldo, no interesse de Beto Richa, Pepe Richa e Ezequias Moreira e, para viabilizar o recebimento dissimulado de valores, Dirceu Pupo Moreira e Luiz Abi Antoun atuaram como intermediários”, afirma o MPF.