O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes concedeu entrevista ao jornalista José Luiz Datena. Sem papas na língua, diretamente de Lisboa, em Portugal, o ministro falou por telefone sobre temas polêmicos como Lava-Jato, a condução coercitiva e os habeas corpus concedidos recentemente a políticos encarcerados.
O ministro criticou a generalização das prisões provisórias e conduções coercitivas. Segundo ele, dessa forma é criado um modelo autoritário, que vai afetar ainda mais a vida do cidadão que hoje bate palmas. “Toda hora tem invasão de casas”, disse. Para ele, as conduções coercitivas são “prisões para investigação que a Constituição não permite. E isso passou a ser normalizado”, explicou. “Essa onda autoritária vai bater na porta de vocês”, afirmou.
Mendes explicou que no Brasil há presos provisórios há quatro anos, quando o limite seria de 81 dias. “Em linguagem vulgar, isso significa que essas prisões prisões têm sido utilizadas como método de tortura”, criticou o ministro.
Em outro trecho, Gilmar Mendes critica as recentes ações da Polícia Federal. “As operações têm que seguir o devido processo legal e parar com essa coisa de heroísmo. Façam bem o seu papel e parem de querer rescrever o direito penal”, afirmou.
