quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

EX-SECRETÁRIO DE OBRAS DO RIO É PRESO MAIS UMA VEZ PELA LAVA JATO



O ex-secretário de obras da prefeitura do Rio de Janeiro voltou a ser preso, nesta terça (23), pela Polícia Federal em mais um desdobramento da Operação Lava Jato.
O ex-subsecretário municipal de Obras e presidente da Comissão de Licitações da secretaria Vagner de Castro Pereira e o doleiro Juan Luís Bertran Bittlonch também foram presos preventivamente. A operação também acontece em São Paulo, onde os agentes cumpriram mandado de prisão temporária contra duas pessoas. Foram cumpridos ainda 21 mandados de busca e apreensão, expedidos pela juíza substituta da 7ª Vara Criminal Federal, Caroline Vieira Figueiredo.
A Operação Mãos à Obra é um desdobramento da Rio 40 Graus, que revelou esquema de propina na Secretaria Municipal de Obras em outubro do ano passado.
A Mãos à Obra identificou a cobrança de propina em seis obras municipais: na restauração da linha Vermelha; no programa Asfalto Liso; entorno do Maracanã; BRT Transoeste; BRT na Transcarioca; e BRT Transbrasil.
Segundo o MPF, parte dos recursos obtidos por Alexandre Pinto foi remetida ao exterior por meio de empresas offshore operadas por terceiros e com recursos à disposição do ex-secretário. Juan Bertran teria sido o responsável por realizar as operações de dólar que abasteceram a conta da Centovali, offshore que concentrava os recursos de Alexandre.
Vagner de Castro Pereira também teve importante papel no esquema, de acordo com o MPF. Os pagamentos do Consórcio Dynatest-TCDI, responsável pelas atividades de monitoramento dos contratos de obras e serviços relacionados à implantação do Transbrasil, corredor exclusivo de BRT que liga o centro da cidade do Rio de Janeiro ao bairro de Deodoro, eram feitos diretamente ao subsecretário.
“As investigações revelaram que o consórcio foi formado por indicação de Alexandre Pinto, que solicitou a inclusão da TCDI, de propriedade de Wanderley Tavares da Silva, que por sua vez auxiliava na liberação de recursos do Ministério das Cidades para o município do Rio de Janeiro. Com isso, a Dynatest tinha participação de 80% no contrato e a TCDI de 20%”, diz nota do MPF.
Ainda de acordo com o Ministério Público, o esquema contava com a participação dos fiscais que supervisionavam, que cobravam cerca de 3% do valor total. Com isso, estima-se que apenas na prestação de serviço de monitoramento das obras do Transbrasil tenham sido pagos R$ 1,8 milhão, sendo R$ 1 milhão recebidos por Vagner de Castro em nome de Alexandre Pinto e R$ 392,5 mil pelos fiscais.
Alexandre Pinto já havia sido preso na Operação Rio 40 graus, outro desdobramento da Lava Jato, em agosto do ano passado. O Ministério Público Federal (MPF) investigava suspeitos de receber R$ 35,5 milhões em propina de obras públicas, com base nas delações da Carioca Engenharia. (Com informações da Agência Brasil)