
A Justiça Federal em cinco Estados, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o próprio Supremo Tribunal Federal (STF) são os destinos dos pedidos de providência encaminhados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) à Corte com base nas delações dos marqueteiros João Santana e Monica Moura e de André Santana, funcionário do casal. Sem contar os estrangeiros, dezesseis políticos brasileiros são citados em 21 petições - a 22ª ainda não teve o conteúdo divulgado.
Só o Paraná receberá metade das petições, 11, a serem analisadas na primeira instância, pela Procuradoria da República no Estado e pelo juiz Federal Sérgio Moro. As seções da Justiça Federal nos Estados de Rio Grande do Norte, Sergipe, Mato Grosso do Sul e São Paulo receberão um caso cada uma.
Um dos casos que Fachin autorizou seguir para Curitiba envolve a campanha do atual deputado federal Patrus Ananias (PT-MG) à Prefeitura de Belo Horizonte em 2012, apesar de ele ter cargo com prerrogativa de foro no Supremo. A assessoria de imprensa da PGR não respondeu ao questionamento sobre se a investigação deveria tramitar no Supremo.
Como a campanha de Patrus também tem menções ao governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), Fachin também autorizou o envio de informações ao Superior Tribunal de Justiça.
Há, além de Patrus, cinco políticos com prerrogativa de foro no Supremo Tribunal Federal envolvidos em possíveis crimes, de acordo com a PGR. São os senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Marta Suplicy (PMDB-SP) e os deputados Zeca do PT (SP) e Vander Loubet (PT-MS). No caso destes dois últimos, a PGR ainda não informou se pedirá um novo inquérito ou se acrescentará os fatos narrados e documentos em investigações que já existem contra os dois deputados.
Os indícios de pagamentos ilícitos relacionados à campanha de 2008 da atual senadora Gleisi Hoffmann à Prefeitura de Curitiba, por já haver investigação semelhante, serão juntados ao inquérito específico que já tramitava no STF.