sábado, 27 de maio de 2017

PM ABRE INQUÉRITO POLICIAL CONTRA MILITARES QUE USARAM ARMAS DE FOGO



O secretário de Segurança Pública e da Paz Social do Distrito Federal (SSP-DF), Edval de Oliveira Novaes Júnior, informou que os policiais que usaram armas de fogo durante a manifestação de quarta (24/5) na Esplanada dos Ministérios já foram identificados e que o inquérito policial já foi aberto. "A regra é a utilização de armamento não letal e de uso progressivo da força. Isso foi uma exceção, não estava previsto [o uso de arma letal], e estamos apurando rigorosamente”, disse o secretário. Ele acrescentou que esses policiais serão responsabilizados.
Segundo Novaes, quase 3 mil policiais militares trabalharam exclusivamente nas manifestações, aproximadamente 25% do efetivo da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). “Se as manifestações acontecessem de forma pacífica, seria mais que suficiente. Agora, sem dúvida, a quantidade de pessoas que vieram para causar problemas, para chegar aos pontos onde não poderiam e causar danos ao patrimônio, foi superior ao que vinha se observando”, disse o secretário.
De acordo com Novaes, a manifestação de ontem começou de forma pacífica, mas alguns grupos tentaram furar a barreira de policiais para chegar até o Congresso Nacional, e isso foi evitado pela Polícia Militar. “Existe um protocolo tático integrado e ele foi seguido à risca pelo governo do DF, a PMDF e o Corpo de Bombeiros. Nosso efetivo estava dimensionado e tinha informações que havia pessoas infiltradas que iam causar problemas, como de fato aconteceu.”
Parte dessas pessoas acabaram se espalhando e depredando os ministérios, acrescentou Novaes. “Foi um trabalho de movimentação contínua de toda a polícia na Esplanada. Tanto que, no fim do dia, a situação foi restabelecida e todos os ministérios estavam liberados.”
A Polícia Civil instaurou 12 procedimentos, e oito pessoas foram conduzidas ao Departamento de Polícia Especializada (DPE). Três delas foram presas por porte de substância entorpecente para consumo pessoal e por porte de arma branca, duas por resistência e pichação, uma por lesão corporal e resistência e uma por desacato. A Polícia Civil ainda trabalha na identificação e responsabilização de outras pessoas pelos atos de ontem.
“A PMDF já tem 57 anos. Só ano passado, tivemos mais de 150 manifestações, inclusive com um público maior que o de ontem. E, via de regra, nunca tivemos problemas mais graves. A manifestação de ontem reflete um momento complicado de crise política que vive o país – os ânimos estão extremamente exaltados, não só nas ruas, mas dentro do Parlamento. Isso, sem dúvida nenhuma, acaba se refletindo nos ânimos dos manifestantes, e aí fica cada vez mais difícil para a polícia atuar”, disse o secretário da SSP-DF.