sábado, 27 de maio de 2017

EM ALAGOAS, PM INVADE ESCOLA, LUTA COM ALUNOS E OS ACUSA DE TRÁFICO



Quase cinco anos depois de a sociedade civil reagir contra a realização de revista policial de alunos dentro de uma escola estadual de Maceió, estudantes acusados de tráfico de drogas entraram em confronto com policiais militares, na noite da última quarta-feira (24), na Escola Estadual Campos Teixeira, no Bairro do Poço. O saldo da batalha que pôs em risco a integridade física de estudantes adolescentes e adultos que saíram para estudar naquela noite chuvosa foi a prisão de oito alunos e a fratura do braço de um dos policiais do Batalhão de Policiamento Escolar, que acusou a maioria dos estudantes de serem “bandidos”.
A ação dos policiais militares, que travaram luta corporal com estudantes e usaram armas de choque, foi considerada sem excessos pelo secretário da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas, o coronel da PM Lima Júnior. Mas, diante do silêncio do governador Renan Filho (PMDB) e de seu vice, Luciano Barbosa (PMDB), que também é secretário da Educação, a secretária-executiva da pasta responsável pela rede estadual de ensino, Laura Souza, usou as redes sociais para condenar a ação policial, considerada desproporcional.
A secretária disse estar emocionalmente abalada, porque antes de ser secretária, é professora. “Vou me resumir a dizer que houve excesso sim e que a abordagem policial dentro da escola foi desproporcional. Ainda que houvesse algum estudante envolvido em crimes, havia dezenas de jovens e adultos de bem! Trabalhadores que mesmo depois de um dia de trabalho, numa noite chuvosa como a de ontem, foram à escola em busca de um futuro melhor! Essas pessoas não merecem passar pelo que passaram! Merecem ser tratadas com dignidade e respeito! Registro o meu apoio à comunidade escolar e a seus familiares”, reagiu a gestora adjunta da rede estadual de ensino.
Já o coronel Lima Júnior sugeriu que a agressão ao militar poderia ser evitada, com ação mais enérgica dos policiais. “Não é normal, mas é previsível um policial ser agredido, ser morto. Isso demonstra que, muitas vezes, a polícia tem que agir com energia para evitar o que aconteceu”, defendeu o coronel secretário.
Vídeos do momento do embate circularam nas redes sociais e mostram policiais imobilizando alunos e sendo agredidos. As imagens que expõem as contradições entre os dois lados fundamentais para a pacificação e o combate à criminalidade: a polícia e a educação. O objetivo seria checar uma ocorrência de tráfico de drogas, por dois irmãos, na escola. 
Veja o registro publicado pelo portal Gazetaweb: