sexta-feira, 10 de março de 2017

DELATOR CONFIRMA QUE 'PROXIMUS' ERA COMO A ODEBRECHT SE REFERIA A CABRAL



O delator Luiz Eduardo Soares, um dos responsáveis pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, confirmou em depoimento à Justiça Eleitoral os codinomes usados para identificar o pagamento de propina ao ex-governador do Rio Sérgio Cabral e ao deputado cassado Eduardo Cunha. Ele confirmou que Cabral era identificado como "Proximus" e Cunha recebia o apelido de "Caranguejo". Investigadores acreditam que o codinome de Cabral seria uma referência à sua proximidade com o ex-presidente Lula, e o apelido de Cunha tem a ver com seu jeito desengonçado de caminhar.
A alcunha do deputado cassado e ex-presidente da Câmara já tinha aparecido no anexo de delação do executivo Cláudio Melo Filho, que veio a público em dezembro do ano passado. O apelido de Cabral aparece em materiais da Polícia Federal. Em relatório de busca e apreensão, a PF aponta em planilhas que a alcunha "Proximus" é vinculada a dois pagamentos no Rio, de R$ 500 mil cada. Anotações fazem menção à Linha 4-Oeste do Metrô.
Em outro relatório, a PF registra e-mails no qual o codinome está atrelado a repasse de valores, a partir de material apreendido com o ex-presidente da Odebrecht Infraestrutura Benedicto Júnior, o BJ. Em mensagem trocada entre Hilberto Silva, Benedicto Júnior, Lúcia Tavares, João Borba Filho e Luiz Eduardo Soares, de 17 de fevereiro de 2007, o assunto é a liquidação "Proximus".