sexta-feira, 24 de março de 2017

Chamada de 'Moro de MT', juíza relata rotina protegida por 9 seguranças

Selma Arruda participou de um evento com Sérgio Moro em Cuiabá em dezembro (Foto: Rafaella Zanol/ Gcom-MT)

A juíza Selma Rosane Santos Arruda, de 54 anos, sente na pele a repercussão de suas decisões judiciais. Responsável pelas prisões de políticos, entre eles o ex-governador de Mato Grosso Silval Barbosa (PMDB), e de empresários, a magistrada passou a ser comparada ao juiz federal Sérgio Moro e tem sido aplaudida nas ruas. Alvo de ameaças, Selma é escoltada por nove policiais, que se revezam para protegê-la 24 horas por dia.
Preso em 2015 na operação sodoma, Silval Barbosa é apontado pelo Ministério Público de MT como chefe de um esquema que cobrava propina de empresas em troca de incentivos fiscais. 
Selma se diz fã de Moro e avalia que é uma honra ser comparada ao juiz que conduz as investigações da Operação Lava Jato. "Ele [Moro] faz algo muito maior do que faço aqui. Ele é meu ídolo, meu ícone."
Natural de Canoas (RS), e em MT desde 1986, a juíza é responsável pelos processos da Vara de Combate ao Crime Organizado em Cuiabá. Ela também conduz ações contra o ex-deputado estadual José Riva, político brasileiro que responde a mais de 100 processos na Justiça, o qual ela já classificou de "ícone da corrupção e da impunidade" em suas decisões.
As ações contra o político, que estão nas mãos da juíza, investigam desvio de dinheiro da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), no período em que era presidente e primeiro-secretário do órgão.