sexta-feira, 31 de março de 2017

Documentos apontam que Beto Richa teria se beneficiado de licença ambiental ilegal

Beto Richa é investigado por supostas fraudes no porto de Paranaguá (Foto: J.F. Diorio/Estadão Conteúdo)

Documentos apresentados pelo Ministério Público (MP), aos quais a RPC teve acesso, apontam que o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e a família dele teriam se beneficiado de supostas fraudes envolvendo o porto de Paranaguá.


O Supremo Tribunal de Justiça (STJ) autorizou, na quinta-feira (30), a abertura de um inquérito para investigar "suspeitas de corrupção na concessão de licença ambiental pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP)". Ele nega as acusações.


Os promotores afirmam que cinco funcionários do IAP formavam uma quadrilha que atendia aos interesses de empresas na concessão de licenças ambientais ilegais - entre eles, o presidente do Instituto, Luiz Tarcísio Mossato Pinto.


Uma dessas licenças foi dada à empresa Green Logística, para a construção e um estacionamento de caminhões. A área de Mata Atlântica é vizinha de um parque nacional e tem espécies em extinção.


Os promotores passaram a investigar como a empresa conseguiu licença para fazer um estacionamento numa área de mata, já que isso, segundo o Ministério Público, é proibido por uma lei federal.


Os promotores descobriram que a Green Logística comprou o terreno em 11 de dezembro de 2013, ainda antes de ter a licença.


Pouco mais de um mês depois, ainda segundo o MP, o governador Beto Richa assinou um decreto criando o eixo modal de Paranaguá, uma área que inclui o terreno do estacionamento.


Pelo decreto, o local passou a ser de utilidade pública, o que, de acordo com as investigações, flexibilizou as restrições de caráter ambiental. Também foram autorizadas diversas atividades, como o estacionamento de veículos.