quarta-feira, 22 de março de 2017

BRASIL ESTÁ MENOS VULNERÁVEL A CHOQUES EXTERNOS, DIZ PRESIDENTE DO BC



O Brasil tem uma situação externa forte e é menos vulnerável que no passado. A avaliação é do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. Mesmo assim, ele ressaltou que o câmbio flutuante continua sendo a primeira linha de defesa externa da economia brasileira e o BC pode intervir para evitar volatilidade excessiva.
“O regime de câmbio flutuante é a nossa primeira linha de defesa contra choques externos. Isso não evita que o Banco Central use instrumentos à disposição para evitar volatilidade excessiva no mercado de câmbio”, disse o presidente do BC em evento do Council of the Americas realizado em Brasília.
No evento, o presidente do BC defendeu que o País é menos vulnerável a choques externos que no passado. Ele lembrou que o déficit corrente é atualmente em torno de 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB), patamar muito menor que os investimentos diretos equivalentes a 4,4% do PIB e o Brasil ainda conta com cerca de 20% do PIB em reservas – cerca de US$ 370 bilhões. “Isso funciona como um colchão de segurança durante os períodos de turbulência do mercado”, disse, ao também lembrar da redução do estoque de contratos de swap cambial de US$ 108 bilhões para US$ 22 bilhões.
No campo interno, o presidente do BC avalia que a combinação do fim da era dourada para as commodities, o aumento dos gastos públicos em ritmo insustentável, aumento da intervenção governamental na economia, entre outros motivos, gerou muitas distorções na economia brasileira. Entre as consequências, ele citou o déficit fiscal, aumento da dívida pública e preços administrados artificiais. “Nesse contexto, a inflação ficou desancorada e o Brasil viveu a mais severa recessão da história.”