segunda-feira, 25 de maio de 2015

Economia ainda não saiu do fundo do poço.

Funcionários da Volvo em greve: setor automotivo é um dos mais atingidos pela crise. | Suelen Lima/Simec

O resultado ruim do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre, que será divulgado pelo IBGE na próxima sexta-feira (29), ainda não é o fundo do poço da crise que o país enfrenta. A debilidade da atividade econômica deve se acentuar neste segundo trimestre, antes de iniciar uma curva de recuperação para, apenas em 2016, ser superada.
A retração da economia neste primeiro semestre se deve a uma combinação de confiança baixa e cortes de gastos públicos, refletida em indicadores ruins de inflação, produção industrial, desempenho dos setores de comércio e serviços, e níveis de emprego. Na última semana, o Banco Central divulgou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do resultado do PIB, recuou 1,98% no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2014.
A lentidão com que o ajuste fiscal está sendo feito e a expectativa de inflação ainda acima da meta de 4,5% para 2016 estão atrasando a retomada, que deve vir somente quando os juros caírem. O saneamento das contas públicas tem sido dificultado pela rebelião política do Congresso, que está exigindo esforços intensos do governo para aprovar iniciativas como a Medida Provisória (MP) 665, que restringe o pagamento de seguro-desemprego e é considerada vital para o ajuste fiscal.