sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Podemos foca Sul e Sudeste para alavancar Moro e quer MBL para Governo de SP















 A presidente do Podemos, Renata Abreu, mira o Sul e o Sudeste como as principais regiões para alavancar a candidatura do ex-juiz Sergio Moro à Presidência da República.

A aposta é que um pequeno crescimento nessas regiões, sobretudo nos estados mais populosos, como São Paulo, pode representar um acréscimo relevante na disputa.

Segundo Abreu, São Paulo é onde o Podemos tem uma de suas maiores forças, com 22 prefeituras, sendo cinco consideradas grandes: Osasco, Mogi das Cruzes, Rio Grande da Serra, Taboão da Serra e Itapevi.

O Podemos ainda tem 35 vice-prefeitos e é, segundo Renata, a quinta maior força em São Paulo em termos de população governada.

No estado, o partido está em conversas avançadas para apoiar a candidatura de Arthur do Val (Patriota), o Mamãe Falei, ao governo paulista.

Há inclusive conversas para que ele e outros integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) se filiem à sigla.

Caso isso ocorra, o partido projeta aumentar para até sete o número de deputados estaduais e chegar até a nove deputados federais eleitos. O Podemos elegeu três, mas hoje tem dois parlamentares na Câmara.

Abreu diz que, embora não haja data, o ex-ministro da Justiça do presidente Jair Bolsonaro (PL) fará uma série de agendas em São Paulo e gastará muito tempo no estado.

“Se cresce 2% em São Paulo, cresce muito. Tem de fazer a construção muito bem nessas regiões. É melhor começar por onde o Podemos está bem construído e já tem grandes apoiadores”, afirma Abreu.

Segundo a última pesquisa Datafolha, divulgada em dezembro, Moro aparece com 9% das intenções de voto, em terceiro lugar, empatado tecnicamente com Ciro Gomes (PDT), que tem 7%.

Na frente estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com 48%, e Bolsonaro, com 22%.

No Sul e no Sudeste, especificamente, Moro tem performance melhor, com 13% e 12% das intenções de voto, respectivamente.

No Nordeste, ele tem 3% das intenções de voto e no Norte, 8%. Moro é rechaçado por eleitores de esquerda, principalmente apoiadores do ex-presidente Lula.

O ex-juiz conduziu as ações da Lava Jato enquanto era titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e sofreu uma dura derrota no STF (Supremo Tribunal Federal), no ano passado, que o considerou parcial nas ações em que atuou como magistrado federal contra Lula.

Com isso, foram anuladas ações dos casos tríplex de Guarujá (SP), sítio de Atibaia (SP) e Instituto Lula pela Lava Jato.

No Centro-Oeste, 13% da população declararam o objetivo de eleger o ex-juiz.

No Sudeste, em Minas Gerais especificamente, Abreu diz que tem conversado com o atual governador do estado, Romeu Zema (Novo), e que ele já se colocou à disposição para abrir palanque para o ex-juiz.

No Rio de Janeiro, ela afirma que a intenção é lançar um candidato ao Senado, mas que o nome ainda não foi definido.

Já no Sul, no Paraná, terra natal de Moro, a aposta será na reeleição do senador Alvaro Dias (Podemos). No Distrito Federal, Abreu quer lançar o senador Reguffe ao governo.

Apesar do investimento nas regiões onde Moro já vai melhor, o Podemos quer que ele siga o giro no Nordeste e também fará esforço por palanques na região.

O Podemos tem Eduardo Braide, prefeito de São Luís, capital maranhense, por exemplo, e aposta que lá Moro poderia pontuar melhor.

A presidente da legenda diz que o momento é justamente de reunir o partido e ajustar as candidaturas em cada região, enquanto Moro também faz um giro pelo país e mira segmentos específicos para alavancar a candidatura.

As próximas viagens do pré-candidato à Presidência serão para Ceará, Piauí e Espírito Santo. Na semana passada, Moro já esteve pelo Nordeste. Nesta semana, ele foi ao Rio de Janeiro, a Brasília e a São Paulo.

Moro desembarcou em Brasília onde conversou com o economista Marcos Cintra pelo telefone. Cintra é ex-secretário da Receita Federal do governo Bolsonaro e planeja apresentar um plano econômico ao ex-juiz.

O pré-candidato também conversou com o núcleo que elabora o plano de governo voltado para a Amazônia, que é coordenado pelo economista Affonso Celso Pastore, com o general Carlos Alberto dos Santos Cruz (Podemos) e com coordenadores estaduais do Podemos.

Em São Paulo, Moro se reuniu com o grupo de especialistas em direito que o ajuda a elaborar propostas de mudanças para o Judiciário.

Na segunda (10), no Rio de Janeiro, o ex-juiz encontrou-se com o ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa. Apesar da reunião, o ministro aposentado da corte não pretende apoiar o ex-ministro da Justiça porque o vê com desconfiança.

Barbosa desaprova a aproximação do pré-candidato com procuradores da Lava Jato e militares e também é crítico da decisão de Moro de largar a magistratura e ter assumido o Ministério da Justiça de Bolsonaro.

Folhapress