terça-feira, 25 de janeiro de 2022

PT pede estudo para encaminhar CPI contra Moro por atuação em setor privado












 A bancada do PT na Câmara dos Deputados acionou sua assessoria jurídica para emitir um parecer sobre a eventual instalação na Casa uma CPI para investigar a atuação do ex-juiz e presidenciável Sergio Moro no setor privado, como sugeriu o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP).

Teixeira anunciou que começaria a colher assinaturas na Câmara para a criação da comissão parlamentar de inquérito, com o objetivo de apurar suposto “conflito de interesses” na atuação de Moro na empresa Alvarez & Marsal.

Antes de dar continuidade à tarefa de obter as 171 assinaturas necessárias, o PT quer saber os limites para uma investigação no Legislativo avançar sobre um tema que colide com processos que estão no âmbito da Justiça, envolvendo gestão de massa falida, recuperação judicial e falência de empresas.

O encaminhamento foi discutido por Teixeira com o líder do partido na Câmara, Reginaldo Lopes (MG). Petistas avaliam ser possível obter o apoio de parlamentares de outras siglas de esquerda e também do centrão para abrir a CPI.

Os deputados da legenda deverão deliberar sobre o tema no início da próxima semana. Lopes disse que o tema deve entrar na pauta da reunião de terça-feira (1º), ou ser antecipado para segunda-feira (31), dependendo da avaliação do corpo técnico.

A base da investigação na Câmara devem ser os relatórios do TCU (Tribunal de Contas da União), órgão que investiga o caso envolvendo o pré-candidato à Presidência pelo Podemos e a atuação dele como juiz da Operação Lava Jato.

​O tribunal analisa se atos de Moro como juiz fragilizaram a situação econômica de empreiteiras e, alguns anos depois, ele foi trabalhar justamente na companhia responsável pela recuperação judicial da maioria delas.

Já colegas do ex-magistrado no Podemos e outros entusiastas da candidatura de Moro se manifestaram contra a iniciativa, qualificando-a como uma estratégia de vingança, que teria por objetivo desgastar o ex-juiz eleitoralmente para beneficiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na corrida presidencial.

Monica Bergamo