domingo, 2 de janeiro de 2022

Lula chega a 2022 líder isolado nas pesquisas; Bolsonaro é 2º colocado

 

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entra em 2022 como líder isolado na corrida eleitoral para o Palácio do Planalto, de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto. O atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), aparece em 2º lugar.

O Poder360 compilou os levantamentos realizados em dezembro do PoderData, do Ipec e do Datafolha. As empresas usam metodologias diferentes, mas indicam cenário parecido para as eleições.

Lula pontua de 40% a 48%, de acordo com a pesquisa. Bolsonaro fica entre 21% e 30%. Os candidatos da chamada “3ª via” disputam um 3º lugar, mas nenhum chega a 2 dígitos nas intenções de voto.

O ex-juiz Sergio Moro (Podemos) marca de 6% a 9%. Ciro Gomes (PDT), de 4% a 7%; e João Doria (PSDB), de 2% e 4%. Os pré-candidatos André Janones (Avante), Alessandro Vieira (Cidadania), Simone Tebet (MDB), Luiz Felipe d’Avila (Novo) e Rodrigo Pacheco (PSD) variam de 1% a 2%.

AGREGADOR DE PESQUISA

O Poder360 mantém acervo com milhares de levantamentos com metodologias conhecidas e sobre os quais foi possível verificar a origem das informações. Há estudos realizados desde as eleições municipais de 2000. Trata-se do maior e mais longevo levantamento de pesquisas eleitorais disponível na internet brasileira.

O banco de dados é interativo e permite acompanhar a evolução de cada candidato. Acesse clicando aqui.

As informações de pesquisa começaram a ser compiladas pelo jornalista Fernando Rodrigues, diretor de Redação do Poder360, em seu website, no ano 2000.

Para acessar a página antiga com os levantamentos, clique aqui.

DIVERGÊNCIAS EM PESQUISAS

Nas últimas semanas, diversas empresas têm divulgado pesquisas com resultados distintos. As diferenças de metodologia (pesquisa pessoal, face a face, por telefone, com voz gravada etc.) explicam as divergências entre os resultados. O PoderData faz os seus levantamentos por telefone. O entrevistado atende a ligação, ouve as perguntas gravadas (sempre com a mesma voz) e responde teclando os números do aparelho.

Sobre isso, o Poder360 destaca 2 casos ilustrativos:

  • Marina Silva (Rede) em 2018 – em abril daquele ano, a então candidata da Rede pontuava na redondeza de 15% em levantamentos feitos com a metodologia face a face (entrevistas pessoais) e 5% em algumas pesquisas do PoderData (estudos feitos por telefone, com perguntas gravadas).
    A discrepância se deu em parte pelas metodologias: nas entrevistas pessoais, face a face, eleitores sentiam possivelmente receio em revelar o voto e declaravam preferir Marina. É que muitas pessoas às vezes ficam constrangidas e não gostam de dizer que não sabem em quem vão votar. Acabavam escolhendo Marina como uma espécie de “pit stop”, mas não se tratava de um voto firme nem definido. Em pesquisas por telefone, essa resposta disfarçada acontecia com uma intensidade menor.
    Ao longo do processo eleitoral de 2018, a intenção de voto em Marina Silva foi evanescendo. O PoderData captou esse movimento antes. No 1º turno, Marina acabou com apenas 1% nas urnas.
  • Trump em 2020 – o presidente dos Estados Unidos foi derrotado por Joe Biden por uma diferença de votos menor do que as pesquisas indicavam. Trump, como se sabe, é um político controverso. Ele provoca reações efusivas de apoiadores e adversários. Pouco menos de 1 mês antes da eleição, a revista “The Economist” publicou artigo (link para assinantes) antecipando uma possível diferença entre pesquisas e urnas, apontando o fenômeno “differential partisan non-response” –segundo o texto, “quando o candidato que você apoia está indo mal, você está menos propenso a responder à ligação de um pesquisador”.

Em suma, nas pesquisas de intenção de voto é necessário considerar quem faz o estudo, qual a metodologia, o momento pelo qual passa o país e se isso provoca algum viés no eleitor/entrevistado que responde.

Muitas vezes, uma empresa de pesquisas tem dificuldades para encontrar pessoas simpatizantes de um determinado candidato a revelar o voto. E o mais importante de todas as ressalvas: se adotam uma metodologia rígida, todas as pesquisas estão corretas. Apenas captam sinais de forma diferente.

Poder 360