quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Criança curitibana com doença rara consegue doador de medula óssea na Alemanha
















Ainda quando dava os primeiros passos, Isabela Feckinghaus descobriu o que se tornaria o maior desafio ali em diante. A menina foi diagnosticada com linfohistiocitose hemofagocítica (LHH) - doença rara que atinge a medula óssea e destrói os anticorpos produzidos no organismo.

Contudo, o que ela e nem a família esperavam é que a possibilidade de cura fosse chegar de tão longe. São mais de 10 mil quilômetros que separam Curitiba da Alemanha, país onde foi encontrado um doador 90% compatível para realizar o transplante de medula óssea.

Isabela, atualmente com cinco anos, conseguiu o doador por meio do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), no final do ano passado. A medula dessa pessoa foi coletada no dia 3 de janeiro, foi trazida para o Brasil e o transplante foi realizado no dia 5 de janeiro deste ano, no Hospital Erastinho, na capital.

A busca por um doador com maior compatibilidade dura, na maioria das vezes, anos. O ideal é que o transplante seja feito entre familiares próximos, em especial irmãos. Porém, no caso de Isabela, apesar de os pais terem guardado o cordão umbilical da irmã mais nova, a Marina, que havia nascido a pouco tempo, ela não era compatível.

Com isso, no começo do ano passado, o pai Marcelo Feckinghaus internou para fazer o transplante e ajudar a filha, mas a compatibilidade era de 50% e o procedimento acabou não sendo suficiente para a doença não voltar.

"A princípio estava indo tudo bem, a medula tinha pego e ela estava se recuperando, mas, no final de julho, ela começou com uma febre, teve que ser internada. Em setembro, teve de novo e, em outubro, quando ela teve uma febre novamente, a gente teve o diagnóstico que a doença tinha voltado e que ela precisaria fazer o transplante de novo", relembrou a mãe.

Antes disso ainda, um doador da Itália havia dado como 100% compatível com Isabela. Porém, quando a família pediu os exames comprobatórios, o cordão tinha perdido a validade.

"Ele tinha, entre aspas, vamos dizer assim, sumido dos registros. E, como ela estava bem, foi a opção das médicas na época fazer o transplante com um doador 50% aparentado. Por questão de ela ter possibilidade de ter recidiva, a médica optou por fazer o transplante comigo. Aí foi onde eu entrei como doador primeiro", contou o pai.