quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Família Bolsonaro movimentou mais de R$ 3 milhões em dinheiro vivo em campanhas


 










As campanhas de Jair Bolsonaro (sem partido) e seus filhos, Flávio (Republicanos-RJ), Carlos (Republicanos-RJ) e Eduardo (PSL-SP) movimentaram desde o ano 2000 cerca de R$ 3 milhões em dinheiro vivo. O levantamento é da Folha de S. Paulo, edição desta quarta-feira (23).

Segundo o jornalão paulistano, o uso de dinheiro vivo sustentou as campanhas eleitorais da família Bolsonaro ao longo dos últimos 25 anos. O clã atua na política desde a eleição de Jair Bolsonaro em 1988.

Desde a minirreforma eleitoral de 2015, os candidatos a cargos eletivos passaram a ter de financiar suas campanhas com recursos próprios e com doações de correligionários ou de partidos políticos (recursos oriundos do Fundo Partidário).

A campanha ainda pode ser financiada pela venda de bens e pela realização de eventos, ou ainda utilizando o Fundo Especial para Financiamento de Campanhas (FEFC).

No entanto, de acordo com a Folha, o uso frequente de dinheiro vivo no financiamento eleitoral repete hábito da família de pagar contas pessoais e até a quitação de imóveis em espécie, costume atualmente investigado no chamado caso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Ao comparar as campanhas dos Bolsonaro com as demais, a reportagem do jornalão afirma que o elevado uso de dinheiro vivo nas campanhas destoa da prática de outras candidaturas bem-sucedidas naqueles anos.

A Folha liga abertamente o financiamento das campanhas dos Bolsonaro às “rachadinhas”, esquema denunciado pelo Ministério Público do Rio, em que “Zero Um”, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, senador Flávio Bolsonaro, estaria sendo envolvido.

Depois de analisar a injeção de recursos em espécie em todas as campanhas do clã Bolsonaro, a Folha lembra que a “rachadinha”, de acordo com os investigadores, foi operada pelo ex-assessor Fabrício Queiroz, que recebeu mais de R$ 2 milhões de 13 assessores de Flávio, de 2007 a 2018, por meio de transferências bancárias e de depósitos em espécie.