sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Bactéria infecta milhares de chineses depois de vazamento em empresa farmacêutica

 

Milhares de pessoas no noroeste da China contraíram brucelose, uma doença bacteriana, por causa de um vazamento de gás contaminado de uma empresa farmacêutica na região em agosto do ano passado. A Comissão de Saúde de Lanzhou, capital da província de Gansu anunciou nesta terça (15) que o incidente na fábrica foi o causador do surto.


De acordo com as autoridades chinesas, ao menos 3245 pessoas no entorno da fábrica foram diagnosticadas com brucelose, doença bacteriana que afeta rebanhos de animais e é transmitida a humanos majoritariamente através do consumo de laticínios não pasteurizados e carne infectada crua ou mal passada.

Não foram registradas mortes relacionadas ao surto e o governo afirmou ter testado 21.847 pessoas entre os 2,9 milhões de habitantes da cidade. A doença, também conhecida como febre de Malta, pode causar sintomas que incluem dores de cabeça, dores musculares, febre e fadiga. Embora a maioria diminua com o passar do tempo, alguns sintomas podem se tornar crônicos e nunca desaparecer, como artrite ou inchaço em certos órgãos, de acordo com os Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

A transmissão entre humanos é extremamente rara, de acordo com o CDC. A maioria das pessoas contrai a doenças ao consumir alimentos infectados ou inspirando ar contaminado pela bactéria – o que parece ser o caso em Lanzhou.

O surto na região começou com um vazamento na fábrica de produtos farmacêuticos biológicos Zhongmu Lanzhou, que produzia vacinas contra Brucella para uso animal. A fábrica estava utilizando desinfetantes fora do prazo de validade para a limpeza do estabelecimento e nem todas as bactérias foram erradicadas nos gases residuais da produção.

Esse gás vazou e se espalhou pela cidade contaminando milhares de pessoas. Em fevereiro deste ano, a fábrica emitiu um pedido público de desculpas e disse que havia “punido severamente” oito pessoas que foram consideradas responsáveis pelo incidente. Acrescentou que cooperaria com as autoridades locais para limpeza e desinfecção de locais públicos e indenizaria as pessoas afetadas. Os valores que serão pagos às vítimas não foram divulgados.

Revista Crescer – O Globo