O Ministério Público Federal (MPF) recorreu ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) para aumentar as penas do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral, de um de seus operadores financeiros Carlos Miranda, e de seu ex-assessor da Casa Civil, Ary Filho. Os três foram condenados a até 13 anos de reclusão por lavagem de dinheiro no esquema descoberto pela Operação Mascate.
“Uma reprimenda mais grave se mostra necessária sob o risco de violação ao princípio constitucional da vedação da proteção insuficiente, uma garantia da sociedade. Todo o prejuízo aferido nestes autos cujas gravíssimas consequências o estado do Rio de Janeiro ainda vem enfrentando foi causado pelos apenados”, argumenta o procurador regional da República Rogério do Nascimento.
O MPF apontou na denúncia que os réus se valeriam de serviços de consultoria inexistentes, compra de veículos e compra de imóveis para desviar recursos. Ary Filho também foi condenado por pertencer a organização criminosa. Os recursos de apelação serão julgados no próximo dia 07 de outubro pela 1ª Turma do TFR2..
De acordo com o MPF, os condenados promoveram a lavagem de dinheiro em 148 situações distintas, ocultando a origem ilícita de mais de R$ 10 milhões, recebidos em contratos celebrados pelo governo estadual.
Por meio do acordo de colaboração premiada firmado entre o MPF e Adriano Martins, proprietário da Eurobarra, Americas Barra e Imbra, apurou-se que Ary Filho era o responsável pela entrega de dinheiro em espécie ao colaborador, que posteriormente utilizava a quantia para pagar os serviços fictícios e adquirir os carros e imóveis em nome de suas próprias empresas e repassar de volta aos acusados.
O ex-governador Sérgio Cabral acumula condenações em cujas penas somam mais de 300 anos de prisão.