terça-feira, 31 de outubro de 2017

PETROLÍFERA PORTUGUESA DISPARA A PRODUÇÃO PETRÓLEO NO BRASIL




A petrolífera portuguesa Galp disparou a produção de petróleo no Brasil nos últimos meses. No terceiro trimestre deste ano, foram mais de 35%, em comparação ao ano anterior, de acordo com os dados do mais recente trading update. A previsão é que a Galp alcance a meta de produção de 100 mil barris de petróleo por dia até o final de 2017, graças ao Brasil. As informações são do jornal Dinheiro Vivo.
O aumento da produção teve um impacto direto nos resultados deste último trimestre. Os analistas acreditam em um salto de mais de 50% nos lucros líquidos da Galp.
O impacto já foi sentido em bolsa. De acordo com um painel de analistas que seguem a petrolífera, o resultado da empresa no terceiro trimestre deve ficar em 169 milhões de euros. No ano anterior, o valor foi de 115 milhões.
É esperado um aumento ainda maior, de 55% nos lucros da Galp, segundo o Caixa Bando de Investimentos. O valor, que seria de 178 milhões, é graças não só ao aumento da produção, mas devido à nova licença adquirida para explorar um bloco de petróleo na prolífera região do pré-sal no Brasil.
A empresa aposta suas fichas ao largo da costa brasileira. Segundo garantiu em junho o CEO da Galp, Carlos Gomes da Silva, ‘mais de 90% do investimento da Galp vai continuar no petróleo e no gás’.
Entre julho e setembro, a produção média bruta da Galp aumentou 27,7% para os 82,8 mil barris de petróleo por dia, mesmo com a quebra de 23,2% sentida na produção de petróleo em Angola. O motivo é o contínuo aumento na produção do Brasil. Em destaque está a sexta unidade de produção flutuante (FPSO) do projeto Lula-Iracema, que entrou em produção em julho de 2016 e atualmente produz capacidade máxima. Também contribui para o aumento da produção a sétima unidade instalada no projeto, FPSO P-66, ligada em maio deste ano.
Até o fim deste ano e ao longo do próximo, as sete unidades em operação no Brasil devem se unir a outras cinco. São três no Brasil e duas em Angola. A Galp pretende ter 16 unidades de produção no Brasil e em Angola até 2021. De acordo com o plano estratégico da petrolífera portuguesa, o investimento vai permitir o crescimento médio anual da produção entre 15% e 20%, entre os anos de 2016 e 2021.
A intenção é investir 5 milhões de euros para duplicar a produção com um investimento médio anual, que deve ficar entre 800 mil e mil milhões de euros. Segundo previsão da Galp, este ano o investimento poderá ascender a 1,2 milhão.
A empresa direcionou parte do valor para aquisição de uma participação de 20% em uma nova licença de exploração no pré-sal brasileiro. A estimativa é que os oito blocos em oferta pelo governo brasileiro tenham reservas de petróleo de mais de 12 milhões de barris.
Na última semana, o consórcio que integra as gigantes petrolíferas Statoil e ExxonMobil e também a Petrogal Brasil, subsidiária da Galp Energia, adquiriu uma participação na licença de Norte de Carcará, na bacia de Santos.
“O consórcio ofereceu [ao governo brasileiro] um excedente em petróleo de 67,12% e o pagamento de um bónus de 930 milhões de dólares, ou seja, cerca de 186 milhões de dólares relativos à participação da Petrogal Brasil, bem como a perfuração de um poço de exploração.” A subsidiária da Galp acordou ainda com a parceira Statoil um reforço de 3%, para os 17%, da sua posição no bloco BM-S-8.
A Galp tem interesse estratégico em expandir sua presença nas áreas core, como seja o pré-sal brasileiro, selecionando um conjunto de ativos de elevada qualidade a desenvolver através de parcerias sólidas. A estratégia tem dado bons resultados, com o retorno das ações, de 12,47%, quase o triplo da média do mercado.