
A massa falida da empresa de aviação Varig vai leiloar, em novembro, 30 imóveis, peças aeronáuticas, equipamentos de treinamento de comissários e utensílios de escritório, com uma estimativa de arrecadação de R$ 130 milhões. O valor será rateado entre ex-funcionários – que receberão até 150 salários mínimos –, fornecedores e acionistas.
A informação é do gestor judicial da massa falida da empresa, Jaime Cunha, ao presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio, que investiga os desdobramentos da falência da Varig, deputado Paulo Ramos (Psol), em visita hoje (19) ao antigo Centro de Treinamento da companhia, na Ilha do Governador, zona norte do Rio.
Centro operacional
O gestor informou ainda que atualmente o Centro de Treinamento da Varig é administrado pela massa falida e recebe pilotos e comissários de companhias nacionais e internacionais para treinamento e revalidação de licença e, ainda, formar formar profissionais para trabalhar na aviação. O complexo não está entre os que serão leiloados, pois há uma ação na Justiça em que a União demanda a titularidade do imóvel, avaliado em R$ 70 milhões.
“Temos licença da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para oferecer os serviços. Essa foi uma forma que encontramos para arrecadar verba para a massa falida. O faturamento anual do Centro de Treinamento é de R$ 12 milhões. Mas o recurso é ínfimo, comparado às despesas que já ultrapassam R$ 100 milhões”, afirmou.
O presidente da CPI, deputado Paulo Ramos, reforçou o papel da comissão em buscar solução para os ex-funcionários que ainda estão sem receber. “Pudemos verificar em campo a dimensão do crime praticado contra essa empresa de importância nacional. Por isso, temos que aprofundar as investigações para compreender quais foram os autores e participantes na prática desse crime. Mas também queremos tentar o mais rápido possível o caminho para a realização dos direitos desses ex-funcionários”, disse o parlamentar. (AE