quinta-feira, 26 de outubro de 2017

CRISE EM USINAS DE ÁLCOOL É HERANÇA DO GOVERNO DO PT PARA ALAGOAS



Fatores naturais, fiscais e econômicos formaram a combinação nociva ao setor que moveu durante cerca de dois séculos a economia do Estado de Alagoas. Mas o Partido dos Trabalhadores e sua política para o setor sucroenergético tem parcela importante de contribuição para o pedido de recuperação judicial (RJ) formalizado nesta terça-feira (24) por sete usinas de açúcar e álcool e outras duas empresas ligadas à Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Alagoas (CRPAAA).
Questionado sobre qual foi o ponto crucial para as usinas terem solicitado prazo de carência para renegociar e pagar suas dívidas e evitar a falência, o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool no Estado de Alagoas (Sindaçucar-AL), Pedro Robério, lembrou do peso negativo da política de preços aplicada pelo governo de Dilma Rousseff (PT) à gasolina, para pacificar o mercado às custas do setor de energia limpa e renovável. Somada à seca em três safras e à queda dos preços no mercado externo, o PT tem sua digital na ameaça de falência da maior entidade econômica de Alagoas.
“Cada um enfrenta a crise de um jeito. Mas posso verificar que esse pedido de RJ tem como causa a somatória de três motivações. A política de preços do etanol aplicada no governo de Dilma Rousseff, o congelamento de preços da gasolina, que alcançou o etanol, durante seis anos. Somada três safras seguidas de seca, que é um caso alagoano. E a dependência da Cooperativa de um único mercado, que era o mercado externo. Ela não tinha dinâmica de comercialização de produtos para mercado interno de açúcar e etanol. 80% da produção dos cooperados era direcionada ao mercado externo. Como o preço externo nesse momento caiu, então foi a gota d’água que faltava”, afirmou Pedro Robério, para o Diário do Poder.
A quebradeira do setor também é resultado da política do ex-presidente Lula para o setor, que estimulou empresários a contrair dívidas para investir em destilarias, prometendo recompensá-los com uma política para impulsionar o etanol. Mas, depois da descoberta do petróleo do Pré-sal, o presidente petista deixou de receber os representantes do setor, esquecendo sua lorota de que o álcool brasileiro substituiria o petróleo, que é fonte poluente e não renovável, mundo afora.