quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Brasileiro rouba identidade e trabalha como comissário por 23 anos nos EUA

 

Um brasileiro roubou a identidade de uma criança americana falecida e conseguiu enganar as autoridades para que lhe emitissem um passaporte de forma adulterada, noticiou ontem (3) o site Business Insider. Com o documento, ele foi comissário de bordo da United Airlines por 23 anos, sem seguir regras de imigração dos aeroportos, dizem os promotores.

Em uma denúncia apresentada na Justiça dos EUA, investigadores acusaram Ricardo Cesar Guedes de roubo de identidade de William Ericson Ladd, um americano que nasceu em 1974 e morreu em 1979, em um acidente de carro, um mês antes de completar 5 anos. Guedes teria encurtado o nome para Eric Ladd e usado a identidade roubada para trabalhar ilegalmente no país.

Os investigadores alegam que Guedes nasceu em São Paulo em 1972, mas assumiu a identidade de Ladd em 1998, quando se candidatou com sucesso a um passaporte americano usando o nome do falecido. Desde então, Guedes renovou o passaporte seis vezes. Em dezembro de 2020, o Departamento de Estado se deparou com “vários indicadores de fraude”.

Uma investigação criminal foi iniciada e os agentes puderam rastrear a identidade de Guedes até o Brasil pelas impressões digitais que ele apresentou para seus documentos na década de 1990.

Documentos judiciais afirmam que autoridades americanas compararam essas impressões digitais com as que Guedes apresentou para verificação de seus antecedentes para trabalhar na United e confirmou que elas eram iguais.

O brasileiro foi acusado de fornecer declaração falsa em pedido de passaporte, falsamente se passar por um cidadão americano e entrar na área restrita do aeroporto sob falsos pretextos, afirma a denúncia.

A última acusação foi feita porque os privilégios de Guedes como comissário de bordo dos EUA permitiam que ele contornasse a maioria das verificações de segurança com seu status de membro de tripulação.

Agentes prenderam Guedes no aeroporto após vê-lo embarcar em um voo segurando um telefone que dizia “iPhone de Eric” na tela. Um advogado que representa Guedes não quis comentar o caso.

Em nota, a United disse que Guedes não era mais empregado da companhia aérea. “A United tem um processo de verificação completo para novos funcionários que está em conformidade com os requisitos legais federais”, afirmou a companhia.

UOL