sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Lewandowski citou entrevistas de outros criminosos para autorizar a de Lula; não colou



Ao insistir na autorização para Lula conceder entrevista, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), comparou o caso do ex-presidente e presidiário aos de diversos outros criminosos que receberam autorização semelhante, como Suzane Von Richthofen, entrevistada pelo Fantástico (TV Globo) em abril de 2006, além de Fernandinho Beira-Mar, que deu entrevista ao Conexão Repórter (SBT), em agosto de 2016, o também traficante Marcinho VP, entrevistado no Domingo Espetacular (TV Record), em abril deste ano, “entre outros inúmeros e notórios precedentes”.


A argumentação de Lewandowski não colou: o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, reafirmou na noite desta quarta (3) que mantém a decisão de seu vice, Luiz Fux, suspendendo autorização para que o presidiário petista dê entrevistas. Mais cedo, Lewandowski atendeu a um pedido do próprio Lula e autorizou entrevistas na prisão, mas remeteu seu despacho ao presidente do STF para que ele decidisse sobre o seu cumprimento.
Toffoli louvou a iniciativa do colega, mas reiterou que “a decisão liminar proferida […] em 28/9/18, pelo vice-presidente da corte, ministro Luiz Fux, no exercício da Presidência, deverá ser cumprida, em toda a sua extensão, nos termos regimentais, até posterior deliberação do plenário”, decidiu Toffoli, em um breve despacho.