quarta-feira, 25 de abril de 2018

PRESIDENTE DO PP E DEPUTADO SÃO ALVOS DA PF POR OBSTRUÇÃO DE JUSTIÇA



Sob autorização do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a Policia Federal cumpre nesta terça-feira (24) mandados de busca e apreensão no gabinete e na residência do deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), o "Dudu da Fonte", e do senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP. Nesta operação foi preso o ex-deputado Márcio Junqueira (RR).
A PF investiga suspeita de obstrução de Justiça, por meio de tentatva de suborno a um ex-assessor que fez acordo de delação. Caso provas do crime venham a ser encontradas, o senador e o deputado podem até ser presos. O então líder do governo Dilma Rousseff (PT) no Senado, Delcídio Amaral (MS), foi preso exatamente em razão de flagrante de obstrução da Justiça.
A operação policial foi deflagrada a pedido da Procuradoria Geral da República (PGR), por isso procuradores da República acompanham o cumprimento do mandado, que corre em sigilo e integra a Operação Lava Jato. 
O criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, que atua na defesa de Ciro Nogueira, informou mais cedo que seu cliente se encontra no exterior. "Desconhece a defesa, até o presente momento, as razões da determinação judicial do Ministro Fachin", disse Kakay, afirmando que o senador "sempre se colocou à disposição do Poder Judiciário, prestando depoimentos sempre que necessário e, inclusive, já foi alvo de busca e apreensão". O advogado informou ainda que Nogueira continuará a agir como o principal interessado no esclarecimento dos fatos. "No momento, a defesa aguarda contato com o Senador para poder ter o necessário instrumento de poderes que dará direito ao acesso aos fundamentos da medida de busca e apreensão", finalizou
Velho conhecido
Não é a primeira vez que Eduardo da Fonte tem seu nome ligado a denúncias de corrupção, mas em dezembro a Segunda Turma do STF rejeitou denúncia contra ele do crime de corrupção passiva.
Na Lava Jato, Eduardo da Fonte foi acusado de receber propina da construtora Queiroz Galvão, uma das responsáveis pela construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, que custou R$68 bilhões aos cofres públicas, transformando-se na refinaria mais cara do mundo. O deputado também foi acusado de intermediar a aproximação com o então senador Sérgio Guerra (PSDB) falecido em março de 2014.