
Após adotar uma estratégia legal que fez sumir das ruas do Estado e Alagoas as viaturas amarelinhas do serviço de policiamento voluntário da Força Tarefa, o movimento unificado de policiais e bombeiros militares sinalizou, nesta sexta-feira (20), que avançará na “segunda fase” da mobilização. A meta é atingir uma redução drástica no policiamento ordinário até a próxima terça-feira (24), quando as associações voltam a se reunir com o governo de Renan Filho (MDB), em busca de valorização salarial. Até lá, o clima segue tenso, com a renovação da ameaça de aquartelamento, que será planejado com lideranças de cada batalhão.
A ameaça de motim foi renovada após mais uma rodada de negociação na Secretaria de Planejamento e Gestão de Alagoas (Seplag), que reforçou o argumento de impossibilidade legal e financeira para conceder o aumento de 29% que os policiais e bombeiros passaram a exigir esta semana, após o governo sinalizar com 10% de ganho real, parcelados em quatro anos, sendo 4% em 2019 e 2% nos demais anos.
Segundo nota oficial do movimento unificado, o secretário Fabrício Marques Santos solicitou mais um prazo para realizar estudos mais detalhados sobre o assunto, sobretudo em relação a um maior percentual possível a ser dado no mês de Janeiro de 2019, como forma de reenquadramento do subsidio do militar. E a próxima reunião ficou marcada para as 8h da terça- feira (24), na Seplag.
FORÇA TAREFA MINADA
As tropas têm adotado o discurso de que cansaram de servir de manequim para propaganda do pré-candidato à reeleição Renan Filho, sem ter uma valorização salarial justa, depois de retirar Alagoas do topo do ranking nacional de mortes violentas, em 2015.
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) já anunciou que irá à Justiça contra o aquartelamento, que é proibido pela Constituição Federal e pode ser tratado como crime de motim. Ainda assim, a tropa mantém a previsão se aquartelar como nosso último recurso, após ter levado três mil militares para rejeitar a proposta de Renan Filho, diante da sede do governo de Alagoas, em assembleia geral realizada na última terça-feira (17).
O movimento iniciou as negociações cobrando 10,67% de reposição de perdas salariais com a inflação medida pelo IPCA, em 2015, mais 2,95% de 2017, o que somaria 13,62%, para serem repostos e aplicados esse ano. Mas radicalizou com ameaça de aquartelamento, após o governo sinalizar com apenas 3,8%, na semana passada, que passou para 6% e os 10%, divididos em quatro vezes.
O secretário Fabrício reforçou que a sugestão do reajuste de 10% preserva todos os reajustes que serão concedidos à totalidade dos servidores, durante o aumento escalonado em quatro anos..