segunda-feira, 23 de abril de 2018

GOVERNO TERÁ DE ADIAR AUMENTOS PARA FECHAR CONTAS NO ANO QUE VEM



O governo federal terá que adiar a concessão de aumentos salariais para tentar impedir a paralisação total da máquina, incluindo os investimentos públicos no ano que vem. Em princípio, os aumentos só serão concedidos a partir de 2020.
Serão cerca de 370 mil servidores de 23 categorias, como professores, militares, auditores da Receita e peritos do INSS com os salários congelados, segundo o Planejamento. De acordo com o ministro, Esteves Colnago, esse adiamento vai gerar uma economia de R$ 5 bilhões.
A medida seria necessária porque o reajuste escalonado negociado pelo governo em 2016, época de inflação mais alta, está em descompasso com a realidade de agora. Mesmo com o IPCA rodando abaixo dos 3% ao ano, o reajuste previsto para 2019 é de até 6,31%.
O porcentual garante ganho real do poder de compra dos servidores à custa de outros gastos que precisarão ser cortados para que o teto de gastos (regra que limita o crescimento das despesas à variação da inflação) não estoure.
Ambiente melhor no ano que vem
O governo já havia tentado adiar, via medida provisória, o reajuste dos servidores de 2018 para 2019, mas enfrentou fortes resistências dos parlamentares. A MP acabou sendo suspensa no apagar das luzes de 2017 pelo Supremo Tribunal Federal, por meio de uma liminar, e perdeu validade no início de abril.
Agora, a avaliação do ministro é que, mesmo se a nova medida for rejeitada pelo Congresso atual, o ambiente será melhor no ano que vem, dando capacidade ao novo presidente para aprovar a proposta.
"Poderia ser projeto de lei ou medida provisória. Seria a mesma tentativa que a gente fez agora, mas talvez num outro cenário, com presidente eleito", disse Colnago. O ministro reconheceu que a proposta enfrentará a resistência dos servidores públicos, mas ressaltou que ela é necessária para garantir espaço para os investimentos dentro do teto de gastos..