quarta-feira, 28 de março de 2018

PROCURADOR E DEPUTADO ARTICULAM CHAPA FICHA LIMPA CONTRA RENAN



A dez dias do fim do prazo para desincompatibilização e de filiação partidária, estão intensas, mas ainda inconclusivas, as conversas dos partidos da base de oposição aos projetos de reeleição dos emedebistas Renan Filho, ao governo de Alagoas, e Renan Calheiros, ao Senado.
Os esforços giram em torno de unir o deputado estadual Rodrigo Cunha (PSDB-AL) e o procurador-geral de Justiça Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, ainda sem partido, em uma chapa majoritária competitiva, ficha limpa e sintonizada com as exigências do eleitor cansado de escândalos e da velha política que tanto envergonham o Estado de Alagoas.
Os nomes de Rodrigo Cunha, para o governo, e de Alfredo Gaspar, para o Senado, estão pacificados entre a maioria dos líderes partidários da base que foi surpreendida pelo aborto da gestação da pré-candidatura do prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB). Mas não se pode esperar uma decisão para antes do limite final do prazo, em 7 de abril, porque a formação de uma coligação segue pautada, no âmbito partidário, por questões meramente matemáticas e não ideológicas, apesar da postura dos prováveis líderes da chapa majoritárias, alheios ao “toma lá, dá cá” da política tradicional.
A Alfredo Gaspar e Rodrigo Cunha, estão sendo oferecidas muitas promessas de campanhas tranquilas e “estrutura” para candidaturas. Mas os pontos comuns que podem unir os prováveis líderes da chapa majoritária de oposição são os mesmos que impõem obstáculos partidários ao discurso de “nova política”, que sustenta a plataforma eleitoral que a dupla programou para trilhar.
Ao Diário do Poder, Rodrigo Cunha e Alfredo Gaspar admitiram que têm conversado entre si sobre o espaço aberto para o eleitor que busca uma opção diferente das que estão postas. Mas eles têm mais atraído apoio, do que encontrado a base partidária ideal para dar suporte à ideologia que pregam e tentam construir em torno de seus nomes.
Ambos sentem dificuldades para lidar com as incoerências tão comuns na velha política, que prega o “se faz bem, que mal tem” para as formações das alianças. E, se também não se adaptarem ao meio político no qual buscam alçar grandes voos, podem seguir seus rumos naturais, com Cunha disputando o mandato de deputado federal e Alfredo seguindo sua carreira no Ministério Público de Alagoas, sem precisar renunciar para disputar o Senado.
Unidos, Cunha e Alfredo têm potencial eleitoral, ficha limpa e os propósitos sintonizados com a conjuntura atual, capazes de impedir que Alagoas passe por uma espécie de processo de "Sarneyzação" do estado, com a reeleição do clã dos Calheiros, como aconteceu no Maranhão, durante décadas.
Somente o breve tempo dirá se a dupla estará disposta a abraçar integrantes da velha política alagoana, ou pelo menos a deixar ser abraçada, sabendo que muitos estão apenas sedentos pelo momento de se atrelar aos nomes competitivos de uma chapa que garanta uma plataforma para validar projetos de manutenção das oligarquias, que decidiram usar a roupagem de oposição, neste pleito.