segunda-feira, 3 de julho de 2023

Procurado pela Interpol com segurança ‘de guerra’: saiba quem é o megatraficante que fugiu da PF de helicóptero


 













Antônio Joaquim Mota, também conhecido como “Motinha” ou “Dom”, é o atual líder do chamado “clã Mota”, uma família que tem mais de 70 anos de atuação na criminalidade. Conforme apurado pelo g1, ele é a terceira geração de uma organização criminosa que já atuou no contrabando de café, de cigarros, de eletrônicos e que agora, se especializou no tráfico internacional de drogas, com grande influência no Paraguai e na região de fronteira com o Brasil.

Antônio se autodenominou Dom, segundo a Polícia Federal, em referência a Dom Corleone, o chefe da família criminosa mais poderosa na trilogia “O Poderoso Chefão”.

O megatraficante recrutou para fazer sua segurança pessoal e das operações de tráfico de drogas, um grupo paramilitar, formado por um brasileiro, um romeno, um italiano e um grego. Todos com cursos nacionais e internacionais na área de segurança privada e em operações militares.

Alguns deles, inclusive, já teriam participado de conflitos internacionais, lutando na Guerra da Ucrânia, no conflito da Palestina e contra os piratas da Somália.

A organização de Mota, segundo informações obtidas pelo g1, se especializou no tráfico de cocaína. A droga, vinda da Bolívia e da Colômbia, chega por via aérea ao Paraguai, na região de fronteira com o Brasil, e de lá segue de helicóptero para os estados de São Paulo e do Paraná, de onde é despachada para os portos de Santos (SP) e Itajaí (SC).

Conforme a apuração, Mota é fornecedor de cocaína para uma facção paulista. Inclusive, a suspeita é que ele tenha relações próximas com outros grandes traficantes que atuavam na região pela facção e que estão presos, como Sérgio de Arruda Quintiliano Neto, o Minotauro, e Caio Bernasconi, o Fantasma da Fronteira, de quem, seria amigo pessoal.

Até mesmo o local onde Motinha estava escondido já havia sido utilizado antes como abrigo para o Fantasma da Fronteira.

O pai de Dom, Antônio Joaquim da Mota, conhecido como Tonho, foi preso em maio deste ano, na operação “Hélix”, comandada no Paraná, mas com mandados em vários estados, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Espirito Santo e Minas Gerais.

Na ocasião, a PF apreendeu bens da organização avaliados em cerca de R$ 30 milhões, entre eles, helicópteros, carros de luxo e imóveis. Ao todo, foram cumpridos no país 10 mandados de prisão e 43 de busca e apreensão.

O nome da operação fez alusão ao modus operandi da organização criminosa que se utilizava de helicópteros para a introdução da droga em território nacional, segundo a própria corporação.