quarta-feira, 26 de julho de 2023

PF vai investigar Dallagnol por negociação com EUA de dinheiro da Petrobras


 
















O ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou hoje que determinou que a Polícia Federal investigue acordo negociado entre os ex-procuradores da Lava Jato e as autoridades americanas. A denúncia foi publicada na semana passada pelo Uol.

“Encaminhei hoje à Polícia Federal o caso dos acordos feitos por procuradores com outros países, sem o procedimento legal. O objetivo é a investigação sobre a origem e o destino de bilhões de reais e os motivos que levaram a tais acordos com autoridades estrangeiras”, escreveu o ministro nas redes sociais.

De acordo com a texto do Uol, a negociação não passou pela Controladoria-Geral da União (CGU), que seria legalmente o órgão competente para tratar do caso.

Telegram

As conversas entre procuradores suíços e brasileiros aconteceram por mais de três anos pelo aplicativo Telegram e não eram registradas oficialmente. Elas aconteciam por causa do papel das autoridades de Berna na busca, confisco e detalhamento das contas usadas como destino das propinas investigadas na Operação Lava Jato. Mas, para ambos, foi considerado estratégico envolver a Justiça americana, que estava também investigando o caso.

Os chats fazem parte dos arquivos apreendidos pela Polícia Federal durante a operação Spoofing, que investigou o hackeamento de procuradores e também do ex-juiz Sergio Moro no caso que ficou conhecido como Vaza Jato.

Petrobras aceitou pagar US$ 853,2 milhões de dólares para não ser processada

No dia 29 de janeiro de 2016, Dallagnol escreveu aos suíços para contar o resultado dos primeiros contatos entre ele e as autoridades americanas. Mas alertava que o procedimento seria “confidencial”.

A Petrobras fecharia um acordo com os Estados Unidos mais de dois anos depois, aceitando pagar uma multa de 853,2 milhões de dólares para não ser processada. O acordo garantiu o envio de 80% do valor ao Brasil —metade do montante milionário seria destinado a um fundo privado que a própria Lava Jato tentou criar e não conseguiu. O ministro Alexandre de Moraes suspendeu a criação do fundo a pedido da PGR. O dinheiro foi destinado à Amazônia e, agora, o CNJ investiga o caso.