terça-feira, 19 de outubro de 2021

Cuidadora humilhada por erros de português ao enviar currículo para asilo recebe ofertas de emprego

 


A cuidadora de idosos de 43 anos que foi hostilizada pela atendente de um asilo de Sorocaba (SP) ao enviar currículo recebeu diversas ofertas de emprego após a repercussão do caso. Cristiane Barros foi criticada por causa de erros de português nas mensagens que enviou para a instituição.

O caso ocorreu na última quinta-feira (14). Nas imagens da conversa enviadas ao g1, é possível ver que a atendente passou a corrigir os erros da cuidadora, que tentou se explica "Não existe agente, é a gente", escreve.

Em seguida, a funcionária sugeriu que Cristiane fizesse um curso de português e disse que era "por isso que ela não arrumava trabalho".

Depois da repercussão nas redes sociais, a cuidadora recebeu diversas ofertas de emprego. Segundo ela, as oportunidades surgiram em São Paulo e até no Rio de Janeiro.

Além de trabalho, muitas pessoas também se ofereceram para ajudá-la a fazer um currículo novo e a dar dicas para que Cristiane vá bem nas entrevistas.

"Eu me senti muito mal. É muito triste pensar que existem pessoas assim, principalmente trabalhando com idosos. Fiquei chateada, porque não sou uma pessoa do mal. Fiz o curso, estou procurando emprego e batalhando por isso. Eu errei, alguns deles foram o corretor e não consegui arrumar. Foi sem querer", relata Cristiane.

A cuidadora contou que decidiu mandar o currículo quando soube, por meio de um amigo, que a clínica de Sorocaba estava em busca de novos funcionários. Logo que enviou seus documentos, no entanto, a atendente começou a respondê-la de forma hostil.

Cristiane disse que pediu desculpas e tentou mandar novas mensagens, mas que seu número foi bloqueado pela clínica.

O g1 entrou em contato com o asilo, que informou que não tinha conhecimento sobre o ocorrido, que "lamenta muito este tipo de conduta" e que não compactua com o comportamento da atendente.

Também disse que vai apurar internamente o ocorrido, mas que já identificou que "nenhum dos empregados e funcionários foi emissor das mensagens".

"Continuaremos as investigações internas e, caso algum prestador de serviços tenha realizado a conduta em nome da empresa, adotaremos as medidas corretivas necessárias", diz a nota.