sábado, 11 de abril de 2020

Fumantes têm maior chance de desenvolver quadros graves do coronavírus



Por ser uma batalha que se trava principalmente nas vias aéreas e nos pulmões dos pacientes, a luta do organismo contra o novo coronavírus é fragilizada pelo uso massivo do cigarro. Tanto é assim que recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) trataram do tema em informes esporádicos.
Mesmo sendo a Covid-19 uma doença não totalmente esclarecida e sem evidências fortes sobre a sua relação com o tabagismo, a SBPT faz questão de assinalar que, na China, os quadros graves da doença foram mais prevalentes entre os fumantes. Foram esses pacientes também que apresentaram mais insuficiência respiratória e a necessidade de tratamento em terapia intensiva.

Esse cenário foi observado especialmente entre pessoas dos grupos de risco: mais idosos e com doenças crônicas não infecciosas agravadas pelo tabagismo. “Entre pacientes com Covid-19 grave, os fumantes faleceram em maior porcentagem do que os que não fumavam”, diz boletim da sociedade, embasado em estudos científicos.

Isso aconteceria, segundo publicação recente da OMS (em seção de perguntas e respostas sobre o tabagismo e a Covid-19), porque condições que aumentam a necessidade de oxigênio ou reduzem a capacidade do corpo de usá-lo adequadamente, como o tabagismo, aumentam o risco para doenças pulmonares graves, como pneumonia. 

“Os fumantes também podem já ter doença pulmonar ou capacidade pulmonar reduzida, o que aumentaria muito o risco de doença grave”, alerta a OMS em uma de suas respostas.