quarta-feira, 15 de abril de 2020

Cloroquina: estudo é interrompido por risco de complicações

Remédios à base de cloroquina e hidroxicloroquina

Um pequeno estudo brasileiro foi interrompido precocemente por questões de segurança depois que pacientes com coronavírus submetidos ao tratamento com altas doses de cloroquina desenvolverem ritmo cardíaco irregular, o que aumentava o risco de uma arritmia cardíaca potencialmente fatal.

A cloroquina está intimamente relacionada a outro medicamento bastante utilizado, a hidroxicloroquina. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promoveu ambos com entusiasmo como um potencial tratamento para o novo coronavírus, apesar das poucas evidências de que eles funcionem e das preocupações de algumas das principais autoridades de saúde americanas.

No mês passado, a agência que regulamenta medicamentos e alimentos nos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês) concedeu aprovação de emergência para permitir que os hospitais usassem cloroquina e hidroxicloroquina do estoque nacional, se os ensaios clínicos não fossem viáveis. As empresas que fabricam os dois medicamentos estão aumentando a produção.

O estudo brasileiro envolveu 81 pacientes hospitalizados na cidade de Manaus e foi financiado pelo governo estadual do Amazonas. No sábado, 11, ele foi publicado no medRxiv, um servidor online que armazena artigos da área da saúde antes deles serem revisados por outros pesquisadores. Como as diretrizes brasileiras recomendam o uso de cloroquina em pacientes com coronavírus, os pesquisadores disseram que incluir um placebo no estudo - considerada a melhor maneira de avaliar um medicamento - era uma "impossibilidade".