terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

PCC tem ligação com morte de jornalista, diz investigação

O jornalista Lourenço Veras, mais conhecido como Léo Veras, foi executado na fronteira com o Paraguai

Imagens de câmeras de monitoramento recolhidas pelos promotores que investigam a morte do jornalista brasileiro Leonardo Veras mostram que o Jeep Renegade apreendido na casa da brasileira Cintya Raquel Pereira Leite no sábado (22) em Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil, pode ter sido usado no crime. Dono do site Porã News, que denunciava a ação do narcotráfico na fronteira, Léo Veras, como era conhecido, foi executado a tiros quando jantava com a família, na noite de 12 de fevereiro.

No sábado, Cintya e outras nove pessoas foram presas, suspeitas de participação no crime. As investigações apontam ligação dela com o Primeiro Comando da Capital (PCC), facção paulista que teria ordenado a execução. Conforme o promotor Marcelo Pecci, que está à frente das investigações, as imagens mostram que o Jeep Renegade circulou pelo centro de Pedro Juan Caballero naquela noite e, em horário posterior ao crime, foi recolhido à casa de Cintya. O veículo foi apreendido no mesmo local na operação de sábado.

Ainda segundo Pecci, esse pode ser um elemento importante para esclarecer o crime e também vincularia o PCC à execução. A brasileira está condenada a 17 anos de prisão por tráfico de drogas no Brasil e, ao ser presa, apresentou documentos como se fosse paraguaia. Sua expulsão chegou a ser cogitada, mas foi suspensa após se descobrir sua possível ligação com a morte do jornalista.

Cyntia é irmã de Waldemar Pereira Rivas, o "Cachorrão", que está foragido e também é investigado por suposta participação no assassinato de Veras. "Cachorrão" refugiou-se no Paraguai, após ser procurado por homicídio no Brasil. Ele se tornou liderança importante do PCC no país vizinho.