quinta-feira, 11 de abril de 2019

Policiamento em escolas do Paraná é reforçado após onda de ameaças

Polícia em frente de escola no Boqueirão

No último dia 13, a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano, no interior de São Paulo, foi palco de um dos mais violentos atentados da história do Brasil. Dois ex-alunos invadiram a instituição e abriram fogo, matando cinco estudantes e duas funcionários. Menos de um mês depois, a ação repercute no Paraná por meio de uma onda de ameaças, que já levam a Polícia Militar (PM) a reforçar o policiamento nas instituições de ensino.
Segundo informou o setor de comunicação da corporação, desde janeiro existe a proposta de reforçar a atuação policial dentro das escolas por meio de ações preventivas, como policiamento ostensivo e a realização de palestras que visam combater o bullying e a cultura do ódio. Depois do atentado no interior de São Paulo, contudo, a implementação da iniciativa teria sido acelerada.
Embora não divulgue o número de ocorrências atendidas ou de procedimentos realizados, a PM também informa que diariamente tem realizado ações de patrulhamento e ressalta ter reforçado as atuações preventivas principalmente nas escolas que já sofreram ameaças – tais instituições, contudo, não são divulgadas por uma questão de segurança. A corporação, porém, garante que todos os casos denunciados são investigados.
De toda forma, um levantamento feito pelo Bem Paraná com base em notícias divulgadas por toda a imprensa paranaense revela que, desde o atentado em Suzano, ocorrido há 28 dias, foram registrados pelo menos 14 casos de ameaças contra escolas paranaenses.
Os dois casos mais recentes, inclusive, ocorreram em Curitiba. Na última segunda-feira, um aluno teria mudado o nome da rede wi-fi do Centro de Educação Profissional do Paraná (CEEP), no bairro Boqueirão, para “Massacre do dia 10”. O episódio teria sido uma piada de mau gosto de um aluno, mas as fotos mostrando a mudança no nome da rede circularam pelo WhatsApp graças a um print feito por outro estudante e geraram pânico, com muitos estudantes faltando às aulas mesmo em semana de prova – o número de faltas tiveram aumento de 30% no dia de ontem.
UFPR
Já a Universidade Federal do Paraná (UFPR), assim como outras instituições de ensino superior pelo Brasil, recebeu uma mensagem contendo ameaças de atentado no dia de ontem. Diante disso, foi acionado preventivamente a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), polícias Federal e Militar, bem como o Núcleo de Combate Aos Ciber Crimes, da Polícia Civil.
Os vigilantes também foram alertados e houve um pedido de reforço na segurança interna, ao passo que uma equipe interna apoia as investigações nas apurações sobre quem é o autor das mensagens (se é algum membro interno ou externo à instituição).
AMEAÇAS RECENTES EM ESCOLAS
Quinta do Sol – 14/03
Menos de um dia após o atentado em Suzano, a Polícia Militar atendeu uma ocorrência em Quinta do Sol, na região central do Paraná, onde um adolescente de 15 anos teria ameaçado um grupo de alunos após um desentendimento durante o intervalo. Os estudantes aemaçados disseram que o rapaz estaria armado, mas o objeto não foi encontrado e o rapaz fugiu antes da chegada da polícia.

Coronel Vivida – 18/03
Um homem publicou ameaças nas redes sociais contra escolas, creches, hospitais, asilos e mercados de Coronel Vivida, no sudoeste paranaense. Por conta do episódio, muitos pais foram buscar seus filhos na escola, com receio de que as ameaças se concretizassem. O suspeito, no entanto, se apresentou espontaneamente à Justiça e foi liberado após prestar esclarecimentos, apagar as mensagens em tom de ameaça e pedir desculpas públicas pelo transtorno causado.