terça-feira, 30 de abril de 2019

Pesquisa oferece evidências sobre formação de ouro e cobre em reserva no MT



Pesquisa desenvolvida para a dissertação de mestrado da geóloga Vanessa de Almeida Pimenta, defendida no Instituto de Geociências (IG) da Unicamp, sob a orientação da professora Maria José Maluf de Mesquita, trouxe novas contribuições para o entendimento acerca da formação de minérios que compõem a reserva do depósito do Peteca, localizado na porção leste da Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF), no Estado do Mato Grosso.  O setor leste da PAAF apresenta depósitos com ouro, cobre, molibdênio, chumbo e zinco. De acordo com o estudo, os principais minérios presentes no Peteca, ouro e cobre, resultam de dois processos diferentes de mineralização, que ocorreram em períodos distintos. “Ao entendermos melhor esses aspectos, nós reunimos evidências que podem ajudar, por exemplo, na identificação e caracterização de novos depósitos de minerais”, explica a autora do trabalho.
Vanessa classificou os dois processos no Peteca como Sistema de Cisalhamento-Hidrotermal e Sistema Magmático-Hidrotermal. O primeiro está relacionado com a formação do ouro e o segundo, com a do cobre. Os termos soam excessivamente técnicos, mas a pesquisadora fornece explicações para compreendê-los. Segundo ela, ao longo de centenas de milhões de anos ocorreram diversos processos nas rochas, tais como deformações e alterações hidrotermais [ação de percolação de fluidos de acordo com condições de temperatura, pressão e química] no local. A combinação desses acontecimentos contribuiu para a formação do depósito. “Analisando essas deformações, foi possível identificar os dois sistemas. Um sucedeu o outro, o que gerou condições para a formação primeiramente do ouro e posteriormente do cobre”, detalha Vanessa.