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O presidente Michel Temer (MDB) disse nesta terça-feira (16), em Curitiba, que uma "trama" impediu a votação da reforma da Previdência durante o governo dele.
Temer esteve na Associação Comercial do Paraná (ACP) para receber a homenagem "Cidadania ACP". O presidente discursou por aproximadamente uma hora e fez uma espécie de balanço desde que assumiu a Presidência da República.
Durante o discurso, o presidente disse, ainda, que a reforma é inevitável e que é preciso equiparação entre setor público e privado, além de corte de privilégios.
“Nós estávamos com os votos contados na Câmara Federal e no Senado Federal para aprovar a reforma da Previdência, mas houve uma trama aí que impediu exatamente em função dos privilégios. As pessoas acham que não podem perder privilégios e aí não perde, basta, evidentemente, colaborar um pouco mais. E eu acho que ela é inevitável”, afirmou o presidente.
Segundo o presidente, o déficit da Previdência, neste ano, supera os R$ 180 bilhões, e a previsão para o ano que vem é de R$ 218 bilhões.
“O país não aguenta, o país não suporta. Em um dado momento, nós só vamos ter dinheiro para pagar servidor público e aposentados. Não vamos ter dinheiro para mais nada”.
Temer afirmou que a reforma visa tirar os privilégios. Segundo ele, a reforma faz uma equiparação entre o setor privado e o setor público.
O presidente citou que nem todos precisam se aposentar com o teto pago pela Previdência Social atualmente – R$ 5.645. Aquele que ganha mais, para ter um benefício maior, terá que colaborar mais.
“Qual é a aposentadoria da Previdência Social hoje? R$ 5.645. Então, todos vão se aposentar com R$ 5.645. Mas, pergunto, eu que ganho R$ 33 mil, mas eu tenho que me aposentar com R$ 5 mil? Não. Você pode se aposentar com R$ 33 mil, mas vai ter que colaborar um pouco mais”.
Temer complementou dizendo que esta ideia de igualdade é determinada pelo texto constitucional.
Ao longo de 2017, o governo federal tentou votar mudanças nas regras de aposentadoria, mas acabou desistindo em fevereiro deste ano. Considerada polêmica, a medida não encontrou apoio entre os parlamentares, que costumam evitam temas controversos em ano eleitoral.