domingo, 14 de outubro de 2018

Bancada feminista cresce e promete oposição a conservadores



Ao mesmo tempo em que o PSL de Jair Bolsonaro explodiu e garantiu a segunda maior bancada da Câmara, as mulheres feministas também obtiveram sucesso nestas eleições, prometendo fortes embates na próxima legislatura.
Levantamento realizado pela reportagem identificou que o número de feministas eleitas para o Congresso chegou a pelo menos 36, nove a mais do que no último pleito, em 2014. Já o número total de mulheres subiu de 56 para 84.
Mais do que isso, diferentemente do que ocorreu em 2014, algumas candidaturas se impulsionaram por meio da constante defesa do feminismo e de suas pautas, como a legalização do aborto e o combate à violência de gênero.
É o caso de jovens com forte presença nas redes sociais, como Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que teve cerca de 250 mil votos, Talíria Petrone (PSOL-RJ), que conquistou mais de 100 mil, e Marília Arraes (PT-PE), com quase 200 mil votos. Todas eram vereadoras e estreiam na Câmara dos Deputados.
A aprovação das propostas, no entanto, não será tarefa fácil. Projetos de lei e medidas provisórias só passam adiante com o voto favorável da maioria dos presentes na sessão. A Câmara tem 513 deputados.
Frentes parlamentares conservadoras, cujos deputados costumam se posicionar contrariamente a pautas feministas, têm ampla base na atual legislatura. Na Câmara, a bancada da bala conta com 270 deputados e evangélica, tem 150.
Ainda não é possível determinar quantos parlamentares cada bancada terá a partir de 2019, mas a ascensão do PSL, que elegeu 52 deputados, indica que o conservadorismo não deve arrefecer.
Sâmia, eleita por São Paulo, promete enfrentamento no seu mandato. “[A eleição de feministas] não significa só que vão ter mulheres debatendo temas feministas, mas que vai haver uma postura de não abaixar a cabeça, de fazer o enfrentamento, o debate”, disse à reportagem.