sábado, 4 de agosto de 2018

Mulher diz ter sido estuprada por PM após tentar terminar relação; ele está preso

A suposta vítima que manteve um relacionamento com o policial disse, em entrevista, que ele "sentia prazer" com o sofrimento dela (Foto: RPC/Reprodução)

Uma das supostas vítimas de estupro do policial militar Peterson Cordeiro, preso temporariamente em Curitiba, contou que foi violentada após dizer que queria terminar a relação de mais de um ano com ele. A Polícia Civil afirmou que ele é suspeito de pelo menos sete estupros.
Segundo a polícia, uma dessas vítimas é a jovem Renata Larissa dos Santos, que teve o corpo encontrado em um matagal na quarta-feira (1ª).

A suposta vítima que manteve um relacionamento com o policial disse, em entrevista, que ele "sentia prazer" com o sofrimento dela.

Ela relatou que no dia do suposto ataque, dentro do carro dele, Cordeiro a mandou calar a boca e disse que por ser policial a vítima não poderia fazer nada contra ele.

Segundo a mulher, o policial afirmou que ela não tinha outra alternativa a não ser obedecê-lo.

"Ele pegou a pistola, tirou o pente e mostrou que a bala de cima era diferente das outras. E falou: 'está vendo essa bala aqui? Essa aqui eu coloquei especialmente para você se me arranhasse ou me machucasse'", relatou.

Depois da violência sexual, a mulher contou que as ameaças continuaram por meio de aplicativos de mensagem. Em uma das conversas, o policial questionou se ela tinha o denunciado, já que tinha sido intimado a prestar depoimento.

Em reposta, ela negou e afirmou que só queria "esquecer tudo aquilo".
Em uma das conversas, o policial questionou se ela tinha denunciado porque foi intimado a prestar depoimento (Foto: Divulgação)
A mulher também mostrou outras trocas de mensagens nas quais o policial tenta marcar novo encontro com ela. A mulher se nega a mandar a localização de onde estava. Ele chegou a oferecer dinheiro para encontrá-la.

Policial chegou a oferecer dinheiro para encontrar suposta vítima (Foto: Divulgação)

De acordo com a polícia, Cordeiro agia sempre da mesma forma com as supostas vítimas: conhecia pelas redes sociais, saia algumas vezes com elas e as estuprava. A Polícia Civil pediu a prisão preventiva - por tempo indeterminado - do policial.

"Ele obrigava as vítimas a falar o nome e a idade. A gente já tinha ciência de que tinha uma vítima que se chamava Larissa, de 22 anos. Ele filmava. A partir dos dados desses vídeos, a gente verificou a localização dos fatos. Fizemos um mapeamento de todos os casos, a maioria na região do zoológico", explicou a delegada Eliete Kovalhuk, da Delegacia da Mulher.

O que dizem os citados

A Polícia Militar (PM) disse, por meio de nota, que continua contribuindo com as investigações e que não compactua com desvio de conduta de seus integrantes.

A defesa do policial afirmou que só vai se manifestar quando tiver acesso a todos os inquéritos policiais.

Em uma das conversas, o policial questionou se ela tinha denunciado porque foi intimado a prestar depoimento (Foto: Divulgação)Em uma das conversas, o policial questionou se ela tinha denunciado porque foi intimado a prestar depoimento (Foto: Divulgação)