O diretor de segurança da Fifa armou uma armadilha para a seleção brasileira. Ralf Mutschke foi a público, em entrevista coletiva, e não economizou palavras para lançar a suspeita: a seleção de Camarões é suscetível a suborno de apostadores de resultados no futebol. Como a seleção africana está eliminada da Copa do Mundo, seus atletas poderiam aceitar ofertas para, digamos, perder para o Brasil por um determinado resultado. A notícia saiu em jornais e sites de todo o mundo.
Nada contra os camaroneses. Exceto tudo. O senhor Mutschke apontou condições objetivas para que os Eto’o e companhia topassem perder pelo resultado que rendesse dinheiro aos apostadores. Entre elas existe a ameaça feita pelo elenco, antes do embarque para o Brasil, de não jogar a Copa se a premiação não fosse definida. “Estamos cientes que a remuneração dos jogadores é um tema importante. Os jogadores podem estar sujeitos a manipulação, se não são pagos corretamente”, disse.
Se os atletas da seleção de Camarões leram esta declaração, devem estar irritados. Eles se tornaram corruptíveis, desonestos e manipuláveis. O resultado prático é que a próxima adversária da seleção brasileira tem um grande motivo para correr dobrado na segunda-feira, em Brasília.
A armadilha para o Brasil está montada. O técnico Luiz Felipe Scolari não deve estar gostando nenhum pouco desta história. É o segundo perigo deste Mundial. O primeiro, já devidamente anunciado por Felipão, é o risco dos árbitros não marcarem mais pênaltis para o Brasil, depois que o japonês Yuichi Nishimura anotou uma penalidade máxima sobre Fred, que resultou no segundo gol da vitória por 3 a 1.
Agora, se o Brasil vencer por goleada, o resultado estará sob suspeita. “Se você for ao mercado de apostas e ver o handicap, o time da casa é o favorito. Então, não será surpresa se o Brasil vencer por três ou quatro gols”, disse Mutschke. “Estamos monitorando porque este jogo tem um risco mais alto do que a final da Copa”, completou.
Em uma só entrevista, o representante da Fifa colocou Camarões na parede, o Brasil na defensiva e a suspeita de qualquer resultado que não seja empate ou derrota brasileira.Fonte:terra.com.br