sexta-feira, 20 de junho de 2014

Casal descobre que filho foi trocado em maternidade do Paraná há 23 anos


Troca teria ocorrido em hospital de Apucarana no dia 1° de janeiro de 1991.

Exame de DNA confirmou que o rapaz não é filho biológico de casalUma família da cidade de Novo Itacolomi, na região norte do Paraná, descobriu, após 23 anos, que um dos filhos foi trocado na maternidade. O casal suspeitou da troca de bebês logo depois do nascimento do rapaz, no dia 1° de janeiro de 1991, no antigo Hospital Santa Helena de Apucarana, no norte do estado. Eles descobriram que o filho não era biológico após realizarem um teste de DNA em um laboratório de Apucarana.

A família diz que a dúvida sempre incomodou, principalmente o filho, Júnior Possidônio, que chegou a achar que era adotado. “Por causa da cor da pele, das brincadeiras dos outros, eu pensava isso. Foi criando uma dúvida. Sempre perguntava, desde pequeno, e eles [os pais] falavam que não”, explica.
Após o nascimento de Junior, a mãe Rosangela Possidônio desconfiou que o bebê não era dela, chegou a falar com o médico que a atendeu na maternidade, mas o profissional negou que tivesse acontecido a troca de bebês. “O povo falava que ele era muito moreninho e, que por isso,não poderia ser nosso filho. Voltei ao hospital, conversei com o médico e ele disse que a cor da pele diferente dos pais era possível se eu tivesse parentes morenos até a quinta geração da minha família. Meu avô é moreno e tenho uma tia morena”, conta a mãe, Rosangela Possidônio.
A família chegou a repetir o teste de DNA no mesmo laboratório, em abril deste ano, pois não ficou satifeita com o resultado do primeiro exame. Mas, o segundo exame também confirmou que Junior não era filho de Rosangela e João Adalto Possidônio. "Nossa foi muito difícil ver esse resultado, nós não esperávamos, mesmo ele sendo mais moreno do que a gente", diz João Possidônio.
Diante do resultado, a família contratou um advogado para descobrir quem são os pais biológicos de Júnior. “O hospital tem que manter os registros de todos que nasceram. Estamos na expectativa da entidade fornecer voluntariamente esse documento na área cível ou, obrigatoriamente, na criminal”, aponta o advogado Itamar Strumielo Diniz.
O Hospital da Providência de Apucarana, que comprou o hospital Santa Helena 15 depois do nascimento de Junior, informou que lamenta o que aconteceu e está à disposição da Justiça para fornecer todas as informações e documentos necessários para a família.
Enquanto o hospital não repassa os documentos, a familia vive a expectativa de descobrir quem são os bebês que nasceram no dia 1° de janeiro de 1991. "Quero encontrar os meus pais biológicos para saber se tenho irmãos e assim conviver com eles", diz Junior.  Ele ainda acrescenta que não vai deixar de amar os pais que cuidaram dele desde o nascimento. "Da mesma forma que amo os meus pais de criação, quero ter amor pelos meus pais biológicos", argumenta o rapaz.
O mesmo amor é manifestado pela mãe Rosângela.“Continua sendo meu filho, porque eu o criei desde bebezinho. Agora, quero encontrar a outra família para tentar uma aproximação com eles”, diz.  fonte:g1.globo.com/pr.