segunda-feira, 18 de março de 2024

Valdemar Costa Neto diz ter sido pressionado por Bolsonaro a entrar com ação no TSE sobre fraude nas urnas


 











O presidente do PL (Partido Liberal), Valdemar Costa Neto, afirmou em depoimento à PF (Polícia Federal) que foi pressionado por deputados e pelo ex-presidente Jair Bolsonaro a entrar com uma ação no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) questionando o resultado das eleições. Durante o depoimento, Costa Neto ainda disse ter discordado da fala de Bolsonaro sobre supostas fraudes nas urnas eletrônicas.

Valdemar negou que os demais deputados da coligação “Pelo bem do Brasil” (Republicanos e Progressistas) tenham autorizado o partido a ajuizar a ação no TSE.

Em 2022, o partido contratou uma empresa para realizar um parecer das urnas eletrônicas, que segundo Valdemar, custou ao PL R$ 1 milhão. De acordo com o relatório feito pelo Instituto Voto Livre, Bolsonaro tinha maioria dos votos nas urnas mais novas, já as antigas o atual presidente, Luiz Inacio Lula da Silva, tinha a maioria.

“Após as eleições de 2022, o IVL apresentou um relatório que demonstrava que nas urnas mais novas (numeradas) o presidente Bolsonaro tinha maioria de votos e nas mais antigas (não numeradas) o candidato LULA possuía maioria de votos”, apontou o depoimento da PF.

Na época, o ministro Alexandre de Moraes negou o pedido feito pelo partido para que os votos no segundo turno em urnas de modelos anteriores a 2020 fossem desconsiderados e aplicou uma multa de R$ 22 milhões ao PL.

O ministro considerou que o PL agiu por litigância de má-fé e classificou o pedido como “esdrúxulo e ilícito, ostensivamente atentatório ao Estado democrático de Direito e realizado de maneira inconsequente com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e antidemocráticos”. A litigância de má-fé ocorre quando uma das partes em um processo judicial age com deslealdade, altera os fatos ou atua para conseguir um objetivo ilegal.

Durante o depoimento, Costa Neto ainda confirmou ter recebido documentos de pessoas desconhecidas sugerindo um possível golpe de Estado e que “sempre descartou os documentos recebidos, pois eram apócrifos”. Ainda de acordo com o presidente do partido, os documentos eram triturados e descartados na sede do PL.

Ao ser questionado o motivo de não ter denunciado as minutas a polícia, Valdemar afirmou que “sempre desconsiderou tais documentos e pleitos apresentados, pois não considerava a ideia de qualquer tipo de ‘golpe'”.

R7