Os dados citados por Smith são do índice de preços de alimentos da Agência da Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, em inglês). Desde julho, os valores subiram 3% e alcançaram altas vistas somente em 2011. O índice compara os atuais valores com os preços médios entre 2002 e 2004.
Os preços atualizados com as informações que a ONU disponibiliza são importantes para entendermos a segurança alimentar das pessoas pelo mundo. O grande problema é que os preços dos produtos tendem a aumentar no longo prazo (o real de hoje vale menos que o real de amanhã), mas os salários não seguem a mesma proporção. Com isso, a população tem dificuldade de manter o padrão de consumo.
A análise de Smith aponta que os valores são mais altos de quando tivemos manifestações na Líbia e Egito, em 2011, durante a Primavera Árabe. Com a base nos preços atuais, agora é muito mais complicado comprar alimentos desde 1961, quando a ONU passou a registar os dados.
O professor também aponta que é complexo culpar apenas um item pelo aumento dos valores. Por exemplo, a alta no valor do petróleo, eleva o custo do transporte e consequentemente, o consumidor vai pagar mais por um produto. Apesar do esforço da ONU para controlar as altas, cada vez mais, as pessoas de baixa renda tem sofrido para comprar alimentos. Outro fator também é a pandemia da COVID-19, que causou problemas na cadeia de alimentos (seja na produção ou entrega) e fez com que os preços sofressem uma alta.
