Um relatório sobre as origens da Covid-19 realizado por um laboratório nacional do governo dos Estados Unidos concluiu que a hipótese de que o vírus vazou de um laboratório chinês em Wuhan é plausível e merece uma investigação mais aprofundada, de acordo com pessoas familiarizadas com o documento confidencial.
O estudo foi preparado em maio de 2020 pelo Laboratório Nacional Lawrence Livermore, na Califórnia, e foi usado pelo Departamento de Estado americano quando conduziu uma investigação sobre as origens da pandemia nos meses finais do governo do ex-presidente Donald Trump. Uma porta-voz do Lawrence Livermore se recusou a comentar o relatório, que permanece em sigilo.
Uma pessoa que leu o documento, datado de 27 de maio de 2020, disse que ele era um forte argumento para uma investigação mais aprofundada sobre a possibilidade de o vírus ter vazado de laboratório. O estudo também teve grande influência na investigação do Departamento de Estado sobre as origens da Covid-19. Funcionários receberam a pesquisa no final de outubro de 2020 e pediram mais informações, de acordo com um cronograma do escritório de controle e verificação de armas da agência, que foi revisado pelo The Wall Street Journal.
Não está claro o quanto as descobertas do relatório fizeram avançar a compreensão sobre a origem do novo coronavírus. O relatório também conclui que o vírus pode ter se desenvolvido naturalmente.
O documento esteve disponível para alguns legisladores desde o ano passado, fontes do Congresso americano disseram à CNN. O relatório agora ganhou peso político porque a hipótese do surgimento do vírus por um acidente de laboratório tem sido mais abertamente discutida, depois de ter sido descartada como uma teoria da conspiração.
Legisladores americanos consideram que o relatório sigiloso é relevante por ter dado algum apoio a essa teoria no momento em que a comunidade de inteligência dos EUA afirmava, pelo menos publicamente, que não acreditava que o vírus teria sido “criado por humanos”.
Gazeta do Povo com Estadão