sábado, 19 de junho de 2021

PF tentou conduzir Carlos Wizard à CPI, mas não localizou empresário; Justiça autoriza retenção de passaporte


 














A PF (Polícia Federal) tentou conduzir coercitivamente o empresário Carlos Wizard na quinta-feira (17) para prestar depoimento à CPI (comissão parlamentar de inquérito) da Covid no Senado. A ordem partiu da juíza federal Márcia Souza e Silva de Oliveira, da 1ª Vara Federal de Campinas, que atendeu a um pedido da comissão. Os agentes, porém, não conseguiram localizar o empresário, que está fora do país desde o final de março.

Em manifestação à Justiça obtida pelo Poder360, o delegado Flavio Veitez Reis informou que a PF foi até a residência de Wizard em Campinas (SP), mas ninguém atendeu ao interfone. Quando a equipe estava deixando o local, um funcionário da casa informou aos agentes que “não vê Carlos há bastante tempo, mas não prestou maiores informações”.

A PF também foi até a sede da empresa das filhas de Wizard, na mesma cidade, e uma funcionária do estabelecimento informou que Wizard estava fora do Brasil.

O empresário embarcou no último dia 30 de março para a Cidade do México. O destino final eram os Estados Unidos, onde permanece até hoje. “Não constando movimento migratório de retorno, motivo pelo qual as informações obtidas nos locais objeto de diligência são verossímeis“, afirmou o delegado Reis.

A condução coercitiva havia sido determinada pela juíza Márcia de Oliveira. Inicialmente, ela havia determinado à PF que apenas localizasse o empresário, mas retificou a decisão para pedir a condução. Eis a íntegra (128 KB). O pedido foi assinado pelo presidente da CPI, o senador Omar Aziz (PSD-AM).

Retenção do passaporte autorizada pela Justiça

O Tribunal Regional Federal da 3ª Região autorizou, na tarde desta sexta-feira (18), a retenção do passaporte do empresário Carlos Wizard.

O empresário, que é apontado como um dos integrantes de um suposto “gabinete paralelo” que teria assessorado o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante a pandemia, deveria depor à CPI da Pandemia na última quinta-feira (17), mas, alegando estar nos Estados Unidos, não compareceu ao Senado.

Além de Wizard, os senadores deveriam ouvir na mesma sessão o auditor do Tribunal de Contas da União (TCU) Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques. Ele, porém, obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de ficar calado e a reunião, então, acabou cancelada.

Após a sessão cancelada, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), solicitou que o passaporte de Wizard fosse retido e devolvido somente “após a prestação de depoimento perante a comissão”.

O empresário, então, na quinta-feira, prestou esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre os motivos que o levaram a não comparecer à CPI, e sua defesa pediu à Corte que evitasse uma condução coercitiva e barrasse a decisão tomada pela CPI de reter o passaporte de Wizard.

Os advogados do empresário questionaram o fato de a CPI seguir tratando Wizard como uma “testemunha faltosa” e não como um investigado. Na avaliação da defesa, o empreendedor já está sendo investigado e, por isso, deveria ter os direitos garantidos a alguém nessa condição.

Com informações de Poder 360 e CNN Brasil