terça-feira, 1 de setembro de 2020

Paulo Guedes anuncia guerra contra servidores públicos com reforma administrativa

Paulo Guedes, ministro da Economia.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou uma guerra contra os servidores públicos nesta terça-feira (1º) ao antecipar que o governo enviará na quinta-feira (3) uma proposta de reforma administrativa do serviço público para análise do Congresso Nacional, que será válida para futuros servidores. “A opinião pública não está disposta a aceitar abusos, salários astronômicos, isso tem que ser revisado na reforma”, disparou.

Não é de hoje que Guedes tenta desqualificar o funcionalismo. Em fevereiro deste ano, por exemplo, o ministro chamou os servidores públicos de “parasitas” ao defender a reforma administrativa.

A “República dos Bancos”, cujo representante no governo é Paulo Guedes, em conluio com a velha mídia, tentam passar o “conto do vigário” na sociedade há meses. Eles mentem descaradamente. Vale tudo para retirar direitos, senão recordemos as falsas promessa anteriores:

a reforma trabalhista vai gerar 4,3 milhões de novos empregos;
a reforma da previdência vai gerar 6 milhões de novos empregos;
a reforma administrativa vai melhorar os serviços públicos; e
se todas as reformas forem aprovadas, o dólar vai cair.

Para o ministro, a contenção de gastos com o funcionalismo poderá ajudar na criação do programa Renda Brasil, que deverá substituir o Bolsa Família para atender parte da população beneficiada com o auxílio emergencial na pandemia de coronavírus. Guedes anunciou ainda a prorrogação do auxílio até dezembro, com quatro parcelas de R$ 300. Outra mentira cabeluda.

Paulo Guedes quer reforçar o superávit primário para garantir o pagamento de juros e amortizações da dívida interna, ou seja, ele quer continuar a festa dos banqueiros e especuladores na “República dos Bancos”.

Guedes participou hoje de videoconferência na comissão mista criada pelo Congresso Nacional ao reconhecer estado de calamidade pública em razão da Covid-19. No debate, ele fez um balanço das ações durante a pandemia e manifestou otimismo com a recuperação da economia a partir deste terceiro trimestre.

Segundo ele, o recuo de 9,7% no Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um dado do passado. “Como a velocidade da luz é diferente da do som, você vê um raio, mas o som chega muito depois. É a mesma coisa com a economia”, disse, incorporando o personagem “Rolando Lero” da escolinha do Professor Raimundo.

Em mais uma enrolação, Guedes defendeu ousadia nas medidas para estimular o crescimento. “Eu acho que os passos realmente podem ser cada vez mais ousados, vamos pegar esses recursos que estão sobrando, às vezes, com o andar de cima e canalizar para o andar de baixo”, disse. Ele defendeu a reforma tributária e a tributação de dividendos pagos a acionistas. Ambas as propostas não saem do papel porque mexem com interesses do andar de cima.

Em resposta ao deputado Francisco Jr. (PSD-GO), relator da comissão mista, Guedes ainda defendeu o teto dos gastos e disse que programas sociais servirão para “remover a pobreza futura”, com enfoque na primeira infância. O Renda Brasil, explicou, ainda está em estudos no ministério, por isso não constou da proposta de Orçamento para 2021.

O ministro da Economia, no entanto, não disse que o teto de gastos é que aumenta a depressão econômica. A falta de dinheiro na economia é que derruba o PIB e eleva o desemprego. O despreparo do parlamento, nesse quesito, é algo incrível. Ou seria má-fé dos congressistas que agem a favor dos bancos em detrimento do povo?