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Números divulgados nesta semana pela autoridade norte-americana de Alfândega e Proteção de Fronteira (CBP, na sigla em inglês) mostram que cerca de 18 mil imigrantes brasileiros foram detidos nos Estados Unidos entre outubro de 2018 e setembro de 2019. Trata-se, segundo a agência Associated Press, de um salto de 600% em relação ao recorde anterior, de 2016.
Uma reportagem da AP conversou com brasileiros que viajaram aos Estados Unidos no último ano para tentar uma nova vida. O mineiro Helison Alvarenga vive há alguns meses no estado de Massachusetts — o segundo com mais imigrantes do Brasil, atrás apenas da Flórida — e relatou à agência que ganha três vezes mais do que recebia em Minas Gerais como mecânico.
Ainda assim, o mineiro admite que o inverno do nordeste norte-americano tem sido pior do que o esperado. "Dá saudade de casa. Sinto falta do sol e do calor", disse à AP.
As razões para pessoas como Helison tentarem a sorte nos Estados Unidos estão mais relacionadas a problemas financeiros, falta de oportunidades e violência urbana. Porém, o advogado brasileiro Luciano Park — formado em Boston e que hoje trabalha justamente com imigração — disse à AP que essas razões não bastam para que cidadãos do Brasil tentem o chamado "pedido de asilo".
Nos Estados Unidos, o asilo é concedido a pessoas que alegam temor de perseguição no país de origem. Segundo Park, violência doméstica costumava ser uma razão para autoridades concederem o status de asilado, o que mudou com as políticas mais duras do governo de Donald Trump.