quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

No Paraná, população se vacina menos e acende a luz de alerta das autoridades

O médico Felipe Bueno, foi uma das vítimas do sarampo neste ano

A procura pelas vacinas gratuitas ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) caiu no Paraná e em todo Brasil. Entre os motivos, estão as notícias mentirosas (fake news) espalhadas pelo movimento antivacina. Outro problema, na avaliação da Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa), foi a sensação de segurança para parte da população, que deixou de se vacinar porque acreditou que determinadas doenças já não existiam mais.
Foi o caso do sarampo. Há 20 anos não era registrado um caso no Paraná. E a doença voltou neste ano. Até a semana passada eram 538 casos confirmados no Estado. O sarampo é combatido com a vacina tríplice viral, que também imuniza contra caxumba e rubéola. Essa vacina alcançou cobertura de 93,1% da população do Paraná em 2014, segundo dados do Ministério da Saúde. Em 2015, a cobertura no Estado já havia caído para 78,9%.
E não é só o sarampo. Desde 2015, o Paraná vem registrando queda nos números de cobertura de outras vacinas, como a BCG, a Meningo, a Pneumo e a Polio.
O Governo do Estado reagiu a esses números. Uma das ações foi aprimorar o treinamento da ‘tropa’. Em novembro, a Sesa começou uma série de seminários para fortalecer o conhecimento dos profissionais da saúde, como enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Na primeira etapa, de 12 a 14 de novembro, 1.200 profissionais participaram. Agora, serão feitos novos seminários em todas as regiões do Paraná.
Outra medida para enfrentamento das baixas coberturas vacinais foi o início do projeto de educação permanente em atualização dos vacinadores. Os profissionais que realizam a vacinação estão sendo capacitados, atualizados sobre as atividades inerentes do dia a dia do combate a essas doenças.
“Temos reafirmado diariamente que a vacina é um ato de amor à vida”, afirma o secretário da saúde do Paraná, Beto Preto. “Além da imunização nas campanhas, as pessoas devem estar atentas todas as doses previstas na caderneta de vacinação; são vacinas ofertadas pela rede pública e que estão à disposição da população”, destaca o secretário. A rede estadual oferece 19 diferentes vacinas, para recém-nascidos, crianças, adolescentes, adultos e idosos. O Paraná tem 1.800 salas de vacinação em funcionamento.
A Divisão de Vigilância do Programa de Imunização do Estado do Paraná trabalha em conjunto com as 22 Regionais de Saúde e seus municípios disponibilizando apoio e orientações técnicas para o enfrentamento das ‘fake news’ e estratégias para aumentar a cobertura vacinal.